Papa: o trabalho deve estar a serviço da pessoa, e não o contrário


Cidade do Vaticano (RV) – Defender as vagas de trabalho é um “imperativo ético”. É o que sublinha o Papa Francisco na mensagem endereçada aos sindicalistas reunidos no Vaticano esta quinta e sexta-feira, para a Conferência Internacional “Da Populorum Progressio à Laudato Si. O trabalho e o movimento trabalhista no centro do desenvolvimento integral, sustentável e solidário”, organizada pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

“Como base do florescimento humano, o trabalho é uma chave para o desenvolvimento espiritual. Segundo a tradição cristã, ele é mais do que um mero fazer; é, sobretudo, uma missão”, observa o Pontífice.

“O trabalho – enfatizou ainda Francisco – além de ser essencial para o florescimento da pessoa, é também uma chave para o desenvolvimento social. Trabalhar com os outros e trabalhar pelos outros, e o fruto deste agir, oferece ocasião de troca, de relações, de encontro”.

O trabalho não pode ser considerado como uma mercadoria, mas, sendo basilar para o desenvolvimento, tem a prioridade em relação a qualquer outro fator de produção, incluído o capital.

Disto, o imperativo ético de “defender as vagas de emprego”, de criar novos, proporcionalmente ao aumento das rentabilidades econômicas, assim como é necessário garantir a dignidade do próprio trabalho”.

O trabalho – adverte o Papa – deve estar a serviço da pessoa. “Como observou Paulo VI, não é preciso exagerar a “mística” do trabalho. A pessoa “não é somente trabalho”; existem outras necessidades humanas que devemos cultivar e considerar, como a família, os amigos e o repouso. É importante, portanto, recordar que todo trabalho deve estar a serviço da pessoa, e não a pessoa a serviço dele, e isto implica que devemos colocar em discussão as estruturas que prejudicam ou exploram as pessoas, as famílias, as sociedades, e a nossa mãe terra”.

Francisco adverte, que “quando o modelo econômico de desenvolvimento se baseia somente no aspecto material da pessoa, ou quando beneficia somente alguns, ou quando prejudica o ambiente, provoca um grito, tanto dos pobres quanto da terra, que reclama de nós um outro caminho”.

“Este caminho, para ser sustentável, deve levar ao centro do desenvolvimento a pessoa e o trabalho, mas integrando a problemática do trabalho com a ambiental. Tudo está interligado, e devemos responder de forma integral”.

Participaram do encontro expoentes dos principais sindicatos do mundo, especialistas no campo das ciências sociais, delegações de mais de 40 países e representantes de movimentos cristãos de trabalhadores.  Nestes dois dias, procurou-se nos debates abrir uma reflexão e pensar agendas que priorizem a pessoa e sua dignidade, e políticas públicas voltadas ao seu desenvolvimento material e espiritual.








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