2017-11-13 12:47:00

Apelo dos Bispos da África Oriental pela Igreja perseguida na Eritreia


"Devemos rezar com insistência pela Igreja na Eritreia, que continua a ser perseguida, com o governo que confisca propriedades eclesiásticas, não permite a construção de igrejas e ameaça a própria existência da Igreja", afirma o Padre Ferdinand Lugonzo, secretário-geral da Associação das Conferências Episcopais na África Oriental (Amecea), num colóquio com a Agência Fides, em que explica a mensagem de solidariedade enviada aos cristãos eritreus por uma Delegação da Amecea.

"Actualmente, cinco seminaristas estão na prisão - diz o Padre Lugonzo - parece por questões relacionadas com o serviço militar obrigatório". A visita de solidariedade na Eritreia por parte da Delegação da Amecea iniciou no dia 30 de outubro e terminou no passado domingo, 5 de novembro. Uma visita que constava entre os pontos inseridos na resolução final da 18ª Assembleia Plenária da Amecea, realizada na capital do Malawi, Lilongwe, em 2014.

Na sua mensagem de solidariedade, os membros da delegação explicam que encontraram não apenas os responsáveis e leigos da Igreja Católica, mas "tivemos a oportunidade de encontrar alguns líderes civis a diferentes níveis do governo", bem como "os responsáveis de outras comunidades religiosas". Na sua mensagem, os membros da delegação encorajam "todas as comunidades religiosas na Eritreia a tentar trabalhar em harmonia para promover o bem comum" e prestam homenagem ao testemunho de fé e aos sacrifícios dos primeiros missionários que plantaram as sementes da fé no País”.

A delegação notou com satisfação que as autoridades locais apreciam os esforços realizados pela Igreja Católica, juntamente com outras comunidades de fé, para o bem-estar dos eritreus mas, ao mesmo tempo, observou "com grande preocupação o facto que a Igreja opera num ambiente muito difícil”.


A delegação exortou explicitamente o governo da Eritreia a garantir um ambiente favorável "para que a Igreja desempenhe o seu justo papel no desenvolvimento da população". Em particular, a delegação da Amecea exprimiu preocupação pelos impedimentos à construção não só de igrejas, mas também de residências para o clero e os religiosos por causa daquilo que é descrito como "factores externos". A representação da Amecea reconheceu o forte testemunho de fé dos membros do clero, dos religiosos e leigos, elogiando a sua força e resistência num ambiente difícil.

Finalmente, a delegação pediu ao governo de Asmara, "embora conhecendo o conflito de fronteiras entre a Eritreia e a Etiópia", a permissão aos Bispos da Eritreia para participar na 19ª Assembleia Plenária de Amecea que terá lugar em Adis Abeba, em julho de 2018

A delegação foi liderada por Dom Thomas Msusa, arcebispo de Blantyre (Malawi) e vice-presidente do Comité Executivo da Amecea, e dela faziam parte o Cardeal John Njue, arcebispo de Nairobi (Quénia); Dom Michael Didi, arcebispo de Cartum (Sudão); Dom Joseph Anthony Zziwa, Bispo de Kiyinda-Mityana (Uganda); Dom John Baptist Odama, arcebispo de Gulu (Uganda) e Padre Ferdinand Lugonzo, Secretário Geral da Amecea.

Fazem parte da Amecea os Bispos da Eritreia, Etiópia, Quénia, Malawi, Sudão do Sul, Sudão, Tanzânia, Uganda e Zâmbia, sendo o Djibouti e a Somália membros associados. (BS)








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