Brasileiros presos em missão humanitária e ambiental no Zimbábue


Mutare (RV) - Três brasileiros: Frei Rodrigo Peret, da Comissão Pastoral da Terra de Uberlândia, Jarbas Vieira, do Movimento de Atingidos pela Mineração, e a antropóloga Maria Júlia Gomes Andrade, foram presos sexta-feira (10/11) no distrito de Mutare, a cerca de 270 km de Harare, capital do Zimbábue.

O grupo, que inclui mais 19 pessoas de cinco países africanos, participava de uma atividade para conhecer os impactos da exploração de minérios numa região de mineração de diamantes próxima da fronteira com Moçambique.

A alegação para a prisão é de que estariam violando uma área de propriedade privada que pertence a uma mineradora chinesa.  

Segundo o testemunho da ativista sul-africana Mercia Andrews, publicado pela BBC, eles estavam conversando com os moradores da área que estão sendo removidos de suas casas e relatavam abusos e limitações em seu direito de ir e vir, quando policiais chegaram ao local e os levaram em um ônibus para a prisão.

Ela acompanhava a missão na região de Marange, conhecida como uma das principais reservas de diamantes do planeta, cujas licenças de exploração foram ampliadas recentemente pelo governo do Zimbábue.

Comunidades locais afetadas

Parte dos moradores da região, que tem importância espiritual para a população local, já foi removida pelo governo para áreas distantes e as comunidades que ainda vivem ali têm sido pressionadas a sair. 

Observadores internacionais apontam crescente tensão no país, que enfrenta uma dura crise econômica e tem eleições políticas marcadas para 2018. O presidente do Zimbabue, Robert Mugabe, de 93 anos, está no poder desde 1980.

Instabilidade

"Há grande preocupação com o momento de instabilidade política do Zimbábue. Diversas organizações e militantes estão mobilizando as suas redes para prestar apoio e solidariedade aos companheiros e a todo o grupo", informou, em nota, o Comitê em Defesa dos Territórios Frente à Mineração.

O Itamaraty afirmou que a Embaixada do Brasil em Harare já foi comunicada e "acompanha o caso para obter maiores informações e prestar a assistência consular necessária". A comunidade franciscana na região está ativada e de acordo com informações recentes, também o consulado moçambicano em Harare está a par do caso. 

Libertação, 15h locais (12h de Brasília)

De acordo com informações diretas, a comitiva brasileira foi libertada depois de um julgamento e o pagamento de uma fiança. Segundo Frei Rodrigo, eles estariam sendo acompanhados à capital, Harare, a fim de deixarem o país. 








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