Dez aspectos da renovação litúrgica do Concílio Vaticano II


Cidade do Vaticano (RV) – No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos tratar no programa de hoje sobre os “dez aspectos da renovação litúrgica do Concílio”.

Na edição de hoje deste nosso espaço damos continuidade ao tema da reforma litúrgica trazida pelo Concílio Vaticano II. O tema do programa passado foi “A excelência e a eficácia” da liturgia. Vimos como ela, como exercício da função sacerdotal de Cristo cabeça, realiza em modo próprio a cada um, a santificação dos homens, membros do Corpo Místico”.

Na edição de hoje, Padre Gerson Schmidt nos traz a reflexão sobre “Dez aspectos da renovação litúrgica do Concílio”:

"Na constituição dogmática Sacrosanctum Concilium se apresenta diversos aspectos para que a renovação litúrgica aconteça. Afirma-se no número 21 da SC: “A santa mãe Igreja, para permitir ao povo cristão o acesso mais seguro à abundância de graças que a liturgia contém, deseja fazer uma acurada reforma geral da liturgia". 

Na verdade, a liturgia compõe-se de uma parte imutável, porque de instituição divina, e de partes suscetíveis de mudanças. Estas, com o passar dos tempos, podem ou mesmo devem variar, se nelas se introduzirem elementos que menos correspondam à natureza íntima da própria liturgia, ou se estes se tenham tornado menos oportunos.

Nesta reforma, porém, o texto e as cerimônias devem ordenar-se de tal modo, que de fato exprimam mais claramente as coisas santas que eles significam e o povo cristão possa compreendê-las facilmente, à medida do possível, e também participar plena e ativamente da celebração comunitária. Nos interessa aqui de modo particular essa frase: o texto e as cerimônias (da liturgia) devem ordenar-se de tal modo, que de fato exprimam mais claramente as coisas santas.

Diante da controvérsia luterana, sabemos que na história, na liturgia, se acentuou demasiadamente no catolicismo o princípio da eficácia do sacramento, em detrimento aos sinais litúrgicos e celebrativos – dessa clareza pedida pela SC. Se acentuou muito a frase: “ex opera operatur” – frase latina que traduzida significa realizar com eficácia o que significa e simboliza o sacramento. Bastava o padre celebra ex opera operatur havendo matéria e forma do sacramento para que se realize o que opera pelo sacramento. Por causa dessa eficácia operante, não se deu mais tanta importância aos sinais litúrgicos e essa expressão mais clara das coisas santas (SC, 21), pedida pelo Concílio. 

Por isso, é possível entender o apelo dos padres conciliares: “Nesta reforma, porém, o texto e as cerimônias devem ordenar-se de tal modo, que de fato exprimam mais claramente as coisas santas que eles significam e o povo cristão possa compreendê-las facilmente, à medida do possível, e também participar plena e ativamente da celebração comunitária”. Ou seja, a importância dos SINAIS – não só da eficácia sacramental.

Nessa reforma do concilio, percebemos 10 aspectos de renovação, a partir da constituição dogmática Sacrosanctum Concilium, que aqui enumeramos:

1. O valor da Assembleia Litúrgica – CIC 1141; 1142; SC 07
2. O uso da Língua Vernácula – SC 36; 63
3. A importância das duas espécies eucarísticas - Pão e Vinho – SC 55 – Missal romano 240, 241, 14, 283.
4. O entendimento do Ofertório -  não somente como sacrifício pessoal – SC 48
5. A participação ativa dos fiéis – SC 48,14,19,30,50
6. A verdadeiro sentido da Presença real – não simplesmente como adoração penitente, mas presença alegre e festiva - SC 07
7. A valorização da Palavra e do Ambão (Mesa da Palavra) – SC 35
8. A importância da Oração Universal – as Preces – SC 53 Missal 46
9. A valorização da Vigilia Pascal – SC 102
10.O Mistério Pascal como centro – SC 47, 05,06

Nesse espaço memória histórica, queremos ir nos adentrando em cada um desses aspectos".

 

 








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