Cardeal Versaldi propõe 5 chaves para a educação nas escolas católicas


Santiago do Chile (RV) - Cinco chaves para que uma pastoral educacional "responda em profundidade aos atuais desafios da sociedade" à luz "da vontade de Deus, segundo seu projeto de amor".

Foi o que propôs o Prefeito da Congregação para a Educação Católica, Cardeal Giuseppe Versaldi, ao participar em Santiago do Chile nos dias passados do VI Congresso Nacional de Educação Católica, organizado pela Conferência Episcopal, a Pontifícia Universidade Católica e o Instituto de Educação Superior Duoc UC.

Os perigos

Em seu discurso inaugural, o Cardeal explicou que a educação "deve guardar-se de dois perigos extemos e opostos: o de uma intervenção educativa que se imponha ao sujeito, sem respeito pela sua autonomia e exigências; e a de uma intervenção educativa simplesmente complacente pelos pedidos do sujeito, sem nenhum motivo de crescimento".

Então, o purpurado propôs cinco chaves para educar nas escolas católicas:

Anúncio da vida cristã

"A escola católica tem o direito/dever não somente de ensinar em coerência com os próprios valores, mas também de exercer em seu interior uma ação própria de anúncio e de vida cristã", enfatizou Dom Versaldi.

"Tal oferta se converte para os crentes em Cristo" em "uma ocasião de crescimento e de integração entre fé e razão, e ademais, em uma prática da vida eclesial".

Para os "não crentes", é uma ocasião para conhecer melhor e de forma autêntica a mensagem evangélica em confronto com a sua consciência, a qual é sempre livre de aderir ou não a ela".

"Seria injusto pedir, em nome da tolerância, que as escolas católicas permaneçam neutras em relação às proposta educacionais e não possam promover uma prática religiosa em respeito à liberdade das pessoas, as quais escolheram fazer parte desta instituição notadamente confessional", advertiu.

Testemunho da caridade

O Cardeal Versaldi expressou que o testemunho de uma comunidade escolar deve ter "um evidente estilo" de caridade, que faça "críveis e atraentes os valores transmitidos por meio dos ensinamentos".

"Uma comunidade escolar cristã que vive desta caridade é em seu ser o melhor instrumento pastoral".

Formação permanente dos formadores

A formação permanente dos professores na metodologia pedagógica e sobretudo no "crescimento do espírito cristão e na verificação da coerência de fé", "não é tempo perdido ou energia subtraída ao ensinamento direto", afirmou.

Isto pode fazer com que os protagonistas da escola, e sobretudo os dirigentes, se convertam em "um instrumento válido e em um interlocutor também com a sociedade civil e as escolas estatais, para a edificação de uma sociedade chilena alicerçada em valores compartilhados no respeito da diversidade cultural e religiosa".

Apoiar-se na Igreja

O Prefeito da Congregação para a Educação Católica manifestou que a ação pastoral da escola deve dar-se em conjunto com a Igreja local e a paróquia, para que haja "uma recíproca ajuda na diversidade dos papéis", sem "sobrecarregar a escola de tarefas que pertencem maiormente à paróquia ou vice-versa".

Mesmo assim, "é importante favorecer a coerência do testemunho, inclusive na vida extraclasse, e por sua vez, a possibilidade de que a comunidade eclesial sinta a escola como um organismo vivo de suas realidades".

A Providência como guia

"É necessário que as escolas aprofundem o conhecimento da realidade atual em seus aspectos positivos e negativos, com um discernimento dos sinais dos tempos, animado não por um pessimismo paralisante, mas pela esperança cristã alicerçada na fé, de que a história humana é sempre guiada pela Providência divina, apesar da livre escolha dos homens".

"É importante manter esta fé e traduzi-la em trabalho educativo como uma ação prevalente para converter-se em protagonistas de uma verdadeira renovação do cenário social, sem deixar-se manipular pelas diversas facções políticas".

"Deste modo, a escola católica estará sempre na vanguarda da atenção dos novos desafios que o mundo deve enfrentar, como o ecológico e a imigração dos povos, que a política no geral tende a depreciar, criando novas formas de marginalização e perigos para as futuras gerações", finalizou o purpurado. (JE/Aciprensa)








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