Excelência e eficácia da Liturgia


Cidade do Vaticano (RV) – No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar no programa de hoje sobre a renovação litúrgica trazida pelo Concílio.

No programa passado, Padre Gerson Schmidt nos trouxe em sua reflexão as cinco maneiras de Cristo estar presente na celebração eucarística: pelo ministro que celebra, nas espécies eucarísticas, nos sacramentos, na Palavra e na comunidade de amor.

Na edição de hoje deste nosso espaço, o sacerdote incardinado na Arquidiocese de Porto Alegre nos fala sobre “Excelência e eficácia da Liturgia”:

“Comentamos anteriormente as presenças de Cristo na liturgia, na ação eucarística, comentando a Constituição Sacrossanctum Concilium, sobre a renovação da Liturgia, em seu número 7.  Neste número fala de 5 presenças de Cristo na liturgia, em especial na Santa Missa: Presente Cristo na liturgia pelo ministro que celebra, presente na espécies eucaristias, no sacramento como tal, na sua palavra e na comunidade de dois ou mais reunidos em seu nome. Arriscamos ainda em afirmar aqui, nesse espaço, uma sexta presença de Cristo pelo amor vivido, construído, celebrado. Onde está o amor, ali está Deus.

Na segunda parte desse número 07 da Sacrossanctum Concilium há algo importante que gostaríamos aqui de destacar. Diz assim o documento conciliar da renovação litúrgica:

“Com razão, portanto, a liturgia é considerada como exercício da função sacerdotal de Cristo. Ela simboliza através de sinais sensíveis e realiza em modo próprio a cada um a santificação dos homens; nela o corpo místico de Jesus Cristo, cabeça e membros, presta a Deus o culto público integral. Por isso, toda celebração litúrgica, como obra de Cristo sacerdote e do seu corpo, que é a Igreja, é uma ação sagrada por excelência, cuja eficácia nenhuma outra ação da Igreja iguala, sob o mesmo título e grau” (SC, 07).

Em outras palavras: A liturgia, como exercício da função sacerdotal de Cristo cabeça realiza, em modo próprio a cada um, a santificação dos homens, membros do Corpo Místico. Diz mais nessa declaração conciliar: que não existe outra ação da Igreja mais eficaz e sagrada do que a Santa Missa. Palavras textuais do SC: “é uma ação sagrada por excelência”. É o ponto de convergência de toda a ação da Igreja.

A Eucaristia é cume e ápice de toda a obra da Igreja, de toda a ação pastoral, de toda a obra de evangelização. É o que vemos claramente descrito, um pouco mais adiante, no número 10 da SC: “Contudo, a Liturgia é o cimo – o cume para o qual se dirige a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte donde emana toda a sua força.

Na verdade, o trabalho apostólico ordena-se a conseguir que todos os que se tornaram filhos de Deus pela fé e pelo batismo, se reúnam em assembleia, louvem a Deus na Igreja, participem no sacrifício e comam a Ceia do Senhor”(SC,10).  E completa esse mesmo número assim: “Da liturgia, portanto, e particularmente da eucaristia, como de uma fonte, corre sobre nós a graça, e por meio dela conseguem os homens com total eficácia a santificação em Cristo e a glorificação de Deus, a que se ordenam como a seu fim todas as outras obras da Igreja”.

Tudo emana, converge e se impulsiona por meio da Eucaristia. “A missa é um ato divino em volta do qual gravita a vida da Igreja, e de que é a irradiação: o Centro onde ela recebe todos os impulsos e para o qual ela tende sem cessar; a nascente viva de onde ela emana e o oceano onde regressa. É sacrifício de Redenção, simultaneamente eterno e perpetuado no tempo, no Céu diante de Deus, na terra entre nós¹” .

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¹ JEAN DU CEUR DE JESUS D’ELBÉE, Confiar no amor - Retiro de Vida Interior, tradução Maria da Soledade, Livraria apostolado da Imprensa,  Porto, p. 178-179.

 








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