Igreja em Malta condena atentado que matou jornalista


La Valeta (RV) – O arcebispo de Malta, Charles Scicluna, manifestou a sua firme condenação ao homicídio de Daphne Caruana Galizia, 53, a jornalista e blogueira maltesa morta segunda-feira (16/10) na explosão de um carro-bomba em Bidnija. Quinze dias atrás, Daphne havia registrado denúncia à polícia por ter recebido ameaças de morte.

A explosão, que ocorreu às 15h hora local (11h em Brasília), destruiu o carro em que viajava a jornalista perto de sua casa. A polícia explicou que a bomba era muito forte e que o veículo, um Peugeot 108, ficou despedaçado e espalhado pela área.

Em mensagem publicada no site da Igreja maltesa, Scicluna diz estar rezando pela vítima e sua família e expressa solidariedade a todos os jornalistas, encorajando-os a defender a verdade, sem medo de ninguém, em seu serviço de amor ao povo e à democracia.

Daphne trabalhou no caso ‘MaltaFiles’, investigação internacional que aponta a ilha como o Estado mediterrâneo que atua como ‘base-pirata’ para a evasão fiscal na União Europeia. O trabalho da jornalista foi fundamental na revelação do escândalo.

O primeiro-ministro Joseph Muscat, classificou em uma coletiva de imprensa o assassinato como um ato de “barbárie” e ordenou que os serviços de segurança dediquem os maiores recursos possíveis para a investigação.

Ela deixa marido e três filhos, um dos quais, Matthew, membro do Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo, recebeu o prêmio Pulitzer pelo trabalho sobre ‘Panamá papers’, e de modo especial, sobre o envolvimento de personalidades locais, e também sobre as relações entre Azerbaijão e o Governo de Malta.

O Arcebispo Scicluna, em sua mensagem, convida também os malteses a não ceder às polêmicas: “Este não é o momento de desencadear guerras entre nós e mover acusações recíprocas. Nosso povo deve despertar, deter os ataques recíprocos e defender o grande valor da democracia, passando das palavras aos fatos”. 

(cm)








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