"Violência deplorável", diz Arcebispo de Barcelona


Barcelona (RV) – “A situação de violência que se viveu hoje na Catalunha é deplorável”, afirmou no final da tarde de domingo o Arcebispo de Barcelona, Cardeal Juan José Omella y Omella, visivelmente preocupado com a violência policial que deixou 844 feridos, alguns em estado grave.

De fato, chamou a atenção a violência com que a polícia espanhola interveio nas centenas de sessões eleitorais para impedir a realização do referendum pela independência da Catalunha, agredindo até mesmo pessoas idosas e mulheres. As imagens da violência giraram o mundo, provocando incredulidade e condenação.

Dos mais de 2 milhões de votantes, 90% disseram “sim” à independência. Para a terça-feira foi convocada uma greve geral.

Saída pacífica, pede Cardeal Omella

“Deve-se encontrar uma saída pacífica e democrática para a situação que estamos vivendo”, reiterou Dom Omella, que nas últimas semanas tentou servir de mediador no seio da sociedade catalã. Junto com os bispos espanhóis, o purpurado recomendou todos “ao Deus da paz”.

No mesmo sentido, o Arcebispo de Tarragona, Dom Jaume Pujol, publicou um tuíte onde pedia “uma saída pacífica e democrática” para o ocorrido durante o dia. Em dois outros tuítes praticamente idênticos, Dom Pujol insiste que “é necessário deter a violência e os enfrentamentos”.

"Página vergonhosa"

“O Estado espanhol escreveu hoje uma página vergonhosa da história na Catalunha”, disse o Presidente catalão Carles Puigdemont. O porta-voz do governo catalão disse que levará a Espanha diante de Tribunais internacionais.

Premier espanhol: não houve referendo

“Não houve nenhum referendum, isto está claro para todos”, disse por sua vez o Premier espanhol Mariano Rajoy. “O nosso estado de direito mantém a sua forma e permanece em vigor, reage diante de quem quer subvertê-lo”.

Rajoy convocou para esta segunda-feira, 02, uma reunião com os líderes de todos os partidos espanhóis para “refletir sobre o futuro” depois do referendum realizado ontem na Catalunha. Uma reunião extraordinária também será realizada pelo governo catalão.

Parlamento europeu

Para o vice-presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, “todo ato de violência deve ser condenado. Em mérito à questão, para ocorrer uma intervenção das Instituições europeias, somente se houver um contencioso entre a Catalunha e Madrid. É necessário ter presente que a eventual, hipotética, saída da Catalunha da Espanha, poderia ter consequências muito graves para a Catalunha, que deveria abrir um procedimento de ingresso na União Europeia, com consequências econômicas muito relevantes. Acreditamos que a situação deva ser resolvida pela política”.

ONU

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, declarou-se esta segunda-feira, 02, “muito chocado” com a violência ocorrida na Catalunha no domingo e pediu uma investigação independente e imparcial sobre “todos os atos de violência”.

Em um comunicado, o máximo expoente dos Direitos Humanos da ONU afirmou que as respostas policiais devem ser “proporcionais”. Ao mesmo tempo, exortou para que a situação atual seja resolvida “por meio do diálogo político, com o total respeito das liberdades democráticas”. (JE/Agências)








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