2017-10-01 17:11:00

Papa encontra o mundo universitário da cidade de Bolonha


Bolonha (RV) – Um dos momentos mais significativos da visita do Papa Francisco a Bolonha foi o encontro com os estudantes, já que a cidade é internacionalmente conhecida pela sua milenária Universidade como observou o próprio Papa:

“Há quase mil anos, disse, a Universidade de Bolonha é laboratório de humanismo: aqui o diálogo com as ciências inaugurou uma época e plasmou a cidade. Por isso, Bolonha é chamada ‘a douta’.”

Recordando que o primeiro curso da Universidade foi o de Direito, o Papa propôs aos estudantes três direitos que ele considera serem de grande actualidade. O primeiro deles é  o “direito à cultura”.

“Não me refiro somente ao sacrossanto direito de todos de ter acesso ao estudo, mas também ao fato de que, especialmente hoje, o direito à cultura significa tutelar a sabedoria, isto é, um saber humano e humanizador. (...) O estudo serve para se fazer perguntas, não para se deixar anestesiar pela banalidade, para procurar o sentido da vida.”

Cultura, recordou ainda o Papa, é o que cultiva, que faz crescer o humano. Diante de tanto clamor que nos circunda, acrescentou Francisco, hoje não precisamos de quem desabafa gritando, mas de quem promove a boa cultura.

O segundo é o “direito à esperança”, isto é, é o direito a não ser quotidianamente invadidos pela retórica do medo e do ódio. “É o direito a não ser submersos pelas frases feitas dos populismos. É o direito a acreditar que o amor verdadeiro não é descartável e que o trabalho não é uma miragem a alcançar, mas uma promessa que deve ser mantida. Que belo seria se as salas das universidades fossem canteiros de esperança, oficinas onde se trabalha por um futuro melhor, onde se aprende a ser responsáveis por si e pelo mundo”, disse Francisco, exortando os jovens a serem artesãos de esperança.

Finalmente, o “direito à paz” que, além de ser um direito, é também um dever inscrito no coração da humanidade. O Papa recordou o Papa Bento XV, que foi Bispo justamente de Bolonha, e que 100 anos atrás elevou seu clamor definindo a guerra um “inútil massacre”.

“Invoquemos o ius pacis como direito a todos de resolver os conflitos sem violência.  Por isso vamos repetir: nunca mais a guerra, nunca mais contra os outros, nunca mais sem os outros! Que venham à luz os interesses e as tramas, muitas vezes obscuras, de quem fabrica violência, alimentando a corrida às armas e espezinhando a paz com os negócios.”

Não se contentem com sonhos pequenos, mas sonhem grande, concluiu dizendo o Papa, dirigindo-se especialmente aos jovens universitários presentes no Estádio Olímpico de Bolonha. “Eu também sonho, e não só quando durmo, porque os verdadeiros sonhos se fazem de olhos abertos e se levam avante à luz do sol. Renovo convosco o sonho de um humanismo europeu para o qual servem a memória, a coragem, uma utopia sã e humana; de uma Europa Mãe que respeita a vida e oferece esperança de via; de uma Europa na qual os jovens possam respirar o ar limpo da honestidade, amem a beleza da cultura e de uma vida simples, não inquinada pelas infinitas necessidades do consumismo; uma Europa na qual casar-se e ter filhos seja uma responsabilidade e uma alegria grande e não um problema provocado pela falta de trabalho estável. Sonho uma Europa universitária e Mãe que radicada na memória da sua cultura, infunda esperança aos filhos e seja instrumento de paz para o mundo”.

 

 








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