RD do Congo: Presidente do episcopado denuncia sequestro de sacerdotes


Kinshasa (RV) – “Os padres não estão envolvidos em política. Se houve apelos por parte de algum agente pastoral, é no âmbito do compromisso civil, do respeito de valores como a justiça, a paz e a reconciliação”.

É o que afirma o Bispo de Kisangani e Presidente da Conferência Episcopal Nacional do Congo (CENCO), Dom Marcel Utembi Tapa, ao denunciar em uma coletiva de imprensa em Bruxelas o sequestro de sacerdotes no leste da República Democrática do Congo.

“Denunciamos os ataques contra a Igreja e sobretudo o sequestro de servidores de Deus – sublinhou o prelado. Continuamos a pedir a eles para voltarem à razão, e libertarem os sacerdotes sequestrados, para que estes possam retomar as suas atividades pastorais”.

Os sequestros

Os sequestros denunciados por Dom Utembi Tapa ocorreram no Território de Beni, Província do Kivu do Norte.

De fato, na noite entre 16 e 17 de julho, os Padres Akilimali e Charles Kipasa foram levados por desconhecidos da Paróquia de Notre-Dames des Anges, de Bunyuka (Diocese Beni-Butembo).

Desde então não se teve mais notícias de seus paradeiros, assim como de outros três sacerdotes assuncionistas: Padre Jean-Pierre Ndulani, Padre Anselme Wasikundi e Padre Edmond Bamutute, sequestrados na Paróquia de Notre-Dame des Pauvres, de Mbau (22 km de Beni), em outubro de 2012.

Região conturbada por interesses econômicos

A região onde ocorreram os sequestros – escreve a Agência Fides – vive há decênios uma condição de forte insegurança pela presença de diversos grupos armados, a maior parte dos quais dedicados à exploração ilegal dos enormes recursos naturais locais, como coltan (mistura dos minerais columbita e tantalita), estanho, ouro e madeira.

Tensões políticas

A isto somam-se as recentes tensões políticas que abalam o país provocadas pelo impasse político institucional pela não realização das eleições presidenciais e políticas previstas.

A Igreja mediou o Acordo de São Silvestre, que estabelecia a realização de eleições presidenciais até 2017, acordo que acabou sendo desfeito.

A este respeito, Dom Utembi Tapa afirmou que os sequestradores são “evidentemente os inimigos da Igreja Católica, aqueles que não querem que as coisas mudem e aqueles que consideram que seus interesses são ameaçados por certas tomadas de posição da Igreja”.

Mas a Igreja – concluiu o Presidente da CENCO – não faz outra coisa que “pregar a justiça, a paz, o respeito do bom governo, no contexto da Doutrina Social).

(JE/Fides)








All the contents on this site are copyrighted ©.