Plenária para a tutela dos Menores: prevenção em âmbito eclesial


Cidade do Vaticano (RV) – Prosseguem, no Vaticano, os trabalhos da Assembleia Plenária da Pontifícia Comissão para a “Tutela dos Menores”. O evento, que teve início nesta quinta-feira (21/9), com a audiência do Papa Francisco, se concluirá no próximo domingo.

Os participantes estão fazendo, nestes três dias, uma avaliação sobre o modo em que a Comissão acolhe e ouve a voz das vítimas e dos sobreviventes; e também como se pode colocar em prática a missão, desejada pelo Papa, para a proteção das crianças e dos adultos mais vulneráveis; enfim, sobre como promover uma cultura de salvaguarda no âmbito de toda a Igreja.

Entre os membros participantes na Assembleia encontra-se o jesuíta alemão Padre Hans Zollner, que falou à Rádio Vaticano sobre os temas debatidos nestes dias para a tutela dos menores:

“Antes de tudo, estamos tomando consciência do que fizemos nos vários grupos de trabalho, por exemplo, nos encontros com as vítimas, quanto à prevenção nas escolas e nas famílias. No meu grupo, houve 150 intervenções intensas, às vezes, apenas algumas informações aos Bispos, aos Vigários gerais, aos Provinciais... Nós queremos descobrir o que deve ser melhorado, sobretudo nos muitos setores ainda descobertos, por exemplo, as questões legais e uma maior intensificação da prevenção”.

A prioridade é a de dar voz às vítimas, aos chamados “sobreviventes”?

“Claro, este é o principal objetivo do nosso trabalho, porque muitos sobreviventes e muitas vítimas me encarregaram de fazer com que não haja mais vítimas de abuso por parte do clero ou no âmbito da Igreja e nas suas instituições. Esta é uma forte motivação para nós, apesar das dificuldades, sobretudo a de encontrar respostas concretas para o problema, porque faltam pessoas formadas. Este também é um dos nossos compromissos. De fato, estamos prestando um serviço de formação do clero, dos agentes de  pastoral e de voluntários nas paróquias. Assim sendo, a situação mudará radicalmente”.

Como está a colaboração dos diversos grupos com a Congregação para a Doutrina da Fé para a difusão das famosas diretrizes sobre a luta contra os abusos na Igreja?

“Um dos nossos grupos de trabalho elaborou um modelo, ou melhor, algumas diretrizes-guias, bem pensadas, refletidas e testadas, em relação às experiências positivas em alguns países, que foram enviadas a todas as Conferências Episcopais. Os efeitos de tais orientações, naturalmente, não serão imediatos, mas a médio ou longo prazo, não obstante as muitas dificuldades. A propósito, são numerosas as respostas e as propostas em várias línguas que nos chegam, que merecem atenção particular, burocrática e administrativa”.(MT)








All the contents on this site are copyrighted ©.