Michel Roy: Papa e Caritas juntos, partilhando o caminho dos migrantes


Cidade do Vaticano (RV) – “Shared the Journey” (“Partilhar a viagem”) é o tema da Campanha internacional da Caritas Internationalis que será lançada pelo Papa Francisco em 27 de setembro próximo, durante a Audiência Geral na Praça São Pedro.

A iniciativa envolve as Caritas de todo o mundo e tem por objetivo promover a cultura do encontro por meio da partilha do caminho dos migrantes e refugiados.

Com a “Shared Journey” – escreveu o Cardeal Luis Tagle, Presidente da Caritas Internationalis – “esperamos dissipar o medo e entender porque tantas pessoas estão deixando” o seu país neste momento histórico.

Sobre o objetivo desta campanha e o envolvimento pessoal do Papa Francisco, a Rádio Vaticano entrevistou o Secretário Geral da Caritas Internationalis, Michel Roy:

“O tema dos migrantes é um tema prioritário. Antes de tudo porque a migração é um fenômeno global. Em quase todos os países do planeta existem pessoas que se deslocam por causa dos desastres naturais, por causa da violência, da guerra. As pessoas se movimentam dentro e fora do país. Além disto, é um tema muito sensível: trata-se de pessoas, não de coisas! Fala-se de pessoas que sofreram muito e que continuam a sofrer. É uma questão viva. Então, pensamos que para além das questões políticas, é importante convidar todos a ter um olhar diferente em relação a estas pessoas”.

RV: Qual é o objetivo, qual é a esperança desta campanha da Caritas Internationalis?

”O objetivo é fazer de forma tal que em cada comunidade as pessoas deem, em nível individual ou coletivo, um passo em relação ao outro: o migrante. Não falamos de refugiados ou migrantes econômicos: falamos de pessoas, para que este contato, esta experiência que fazemos também com todos os pobres, ajude a mudar o olhar, o coração, a mente, a entender que por trás desta pessoa existe uma história de sofrimento”.

RV: O Papa é o primeiro a partilhar este caminho com vocês e com os migrantes e refugiados, por meio da “Shared the Journey”. Qual a importância disto?

“Para o Papa Francisco é um símbolo acolher, integrar, promover e proteger o estrangeiro. Pedi a ele se gostaria de inaugurar esta campanha. Nos disse que sim! Convidará todos a dar um passo em frente com os migrantes. Estamos nos preparando em todo o mundo para fazer de forma tal, que a mensagem do Papa, em 27 de setembro, possa ser conhecida ao máximo e que cada comunidade cristã se envolva nisto. Diante de um migrante não se pode começar a fazer “elucubrações políticas”... perguntar-se por que veio. É uma pessoa, não posso ignorá-lo. Penso que o Papa Francisco se coloca nesta posição. Quando chegamos ao nível político – o que fazer com os migrantes – é uma outra questão. Porém, quando as pessoas estão aqui, não podemos  ignorá-las”. (AG/JE)








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