Confira o andamento do Congresso Missionário em Recife


Recife (RV) – Domingo, 10 de setembro, último dia do 4º Congresso Missionário Nacional (4º CMN) em andamento na capital pernambucana desde quinta-feira (07/09).

Dom Antônio Peruzzo

Sábado, foi a vez do arcebispo metropolitano de Curitiba (PR), Dom José Antônio Peruzzo, apresentar o tema “A alegria do Evangelho”. O bispo, que tem como lema episcopal “Fazei discípulos e ensinai”, mostrou aos 700 congressistas reunidos no Teatro do Colégio Damas, que a alegria de evangelizar é plena, diferente da euforia do sucesso.

A explanação de Dom Peruzzo partiu da afirmação do Papa Francisco de que “a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”, lembrando que com Ele, renasce sem cessar a alegria. “A alegria do missionário, portanto, não se baseia em suas conquistas, mas na experiência de Deus”, disse o arcebispo de Curitiba.

Permeada de bom humor, a participação do arcebispo como conferencista no Congresso fez ver que, nas citações bíblicas, Jesus está sempre “a caminho”, de um povoado a outro. A atitude de Jesus, segundo o arcebispo, mostra que faz parte da natureza do batizado ser missionário, e que ao nos dispormos seguir Jesus, sendo discípulos, precisamos assumir essa atitude missionária. “A missão não é uma alternativa benevolente do discípulo, mas uma condição de seu ofício”.

Cardeal Sérgio da Rocha

Ainda sábado (09/09), o arcebispo de Brasília (DF) e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Cardeal Sérgio da Rocha, disse em sua palestra que uma das implicações da sinodalidade incentivada pelo papa Francisco é a dimensão comunitária da missão. “Sinodalidade é caminhar juntos, compartilhar alegrias e dores. A missão não é propriedade particular, não é restrita a alguém ou a um grupo, mas é tarefa eclesial”, afirmou.

Ele falou aos congressistas sobre sinodalidade, um dos eixos temáticos do Congresso, juntamente com a comunhão, tema desenvolvido pela teóloga Lúcia Pedrosa Pádua, da PUC-Rio, que compôs a mesa com Dom Sérgio.

Dom Roque Paloschi

Já na sexta-feira (08/09), o arcebispo de Porto Velho (RO) e Presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Dom Roque Paloschi, citou os nomes de Irmã Adelaide, Chico Mendes, Padre Josimo Tavares, Padre Ezequiel Ramim, Padre João Burnier, Dom Oscar Romero, Irmã Dorothy Stang e Margarida Alves, questionando:  “O que esses homens e mulheres têm em comum? O testemunho e o martírio por causa do Evangelho”, que foi o tema da conferência do arcebispo.

Emocionados, os 700 congressistas que lotavam o teatro acompanharam com atenção a conferência do arcebispo, entremeada de vídeos e imagens de missionários e lideranças populares assassinados no Brasil na luta pelos direitos humanos ao longo de décadas. Dom Roque ressaltou que o profetismo sempre acompanhou a Igreja ao longo de sua história. “A Igreja é herdeira e continuadora do profetismo do primeiro e do segundo testamento”, disse.

Dom Roque ligou o testemunho e a profecia com a opção pelos pobres na Igreja da América Latina. “A opção pelos pobres na América Latina desemboca forçosamente na profecia. O profeta fala tudo o que Deus quer e só o que Deus quer. Na espiritualidade profética não há contradição entre fé e vida”, afirmou.

O arcebispo classificou de “desesperadora” a situação vivida pelos indígenas com as constantes ameaças aos seus direitos. “Os direitos indígenas estão sendo solapados. A situação é desesperadora. Os projetos das grandes barragens vão atingir muitos povos indígenas sem contato”, advertiu.

Lembrando figuras como Dom Helder Câmara e Dom Pedro Casaldáliga, disse que o testemunho é necessário para a sobrevivência e a continuidade da Igreja. “Não se pode ser cristão e suportar a injustiça com a boca calada”, disse, citando o bispo emérito de São Félix do Araguaia, dom Pedro Casaldáliga.

O arcebispo concluiu sua conferência recordando o testemunho de algumas mulheres indígenas na luta pela demarcação das terras indígenas. “Testemunho e profecia não se fazem só com palavra. Nosso Congresso não pode deixar morrer a memória de tantos irmãos e irmãs que tombaram por causa de Deus”, concluiu.

O Congresso Missionário, acolhido pela arquidiocese de Olinda e Recife, termina neste domingo, 10. De seus 700 participantes, sairão 200, a serem escolhidos pelos Regionais da CNBB, para participar do 5º Congresso Missionário Americano (CAM), em julho do próximo ano, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.

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O Congresso é promovido pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) em comunhão com o Conselho Missionário Nacional (Comina) e a arquidiocese de Olinda e Recife.








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