Exposição em Paris conta história milenar dos cristãos no Oriente


Paris (RV) - Uma exposição de documentos e obras muito antigas e únicas, para narrar e documentar a milenar presença cristã no Oriente Médio e a sua contribução para a vida cultural, política e intelectual do mundo árabe no decorrer dos séculos.

Este é o objetivo da mostra "Cristãos do Oriente - Dois mil anos de história", aberta ao público de 26 de setembro a 24 de janeiro no Instituto do Mundo Árabe de Paris (IMA).

Expostos mais antigos afrescos cristãos do mundo

Organizada em colaboração com a "Ouvre d'Orient" - Associação francesa comprometida na ajuda aos cristãos no Oriente Médio - a exposição apresentará mapas, pinturas, documentos, mas sobretudo obras-primas raras, algumas delas expostas pela primeira vez na Europa.

Entre estas, os Evangelhos de Rabula - célebre manuscrito "iluminado" ( isto é, decorado com ouro ou prata) siríaco do século IV - conservado na Biblioteca Laurenciana de Florença e os primeiros afrescos cristãos conhecidos no mundo, provenientes da antiga Igreja de Doura-Europos, à leste do sítio arqueológico de Palmira, na Síria, fronteira com Iraque, e que remonta ao século III.

Itinerário da mostra

Na mostra - que terá também ícones e fotografias - o papel singular dos cristãos na região será destacado por meio da apresentação de materiais sobre algumas etapas históricas fundamentais: a adoção do cristianismo no Império Romano como religião de Estado, os Concílios fundadores, a conquista muçulmana, o desenvolvimento das missões católicas e protestantes, a contribuição dos cristãos para o Nahda (o Renascimento árabe) e as mudanças ocorridas nos séculos XX e XXI.

Uma comunidade vital

Também será destacada a vitalidade das atuais comunidades cristãs no mundo árabe, cuja sobrevivência é hoje ameaçada pela difusão do fundamentalismo islâmico.

O itinerário da mostra traz ainda a grande diversidade do cristianismo nas suas várias declinações: copta, assírio-caldeia, siríaca, armênia, maronita, latina, ortodoxa e protestante.

A riqueza das culturas cristãs no Oriente Médio

O objetivo - explica Charles Personnaz, responsável pelas iniciativas culturais e o patrimônio dos cristãos do Oriente do "Ouvre d'Orient" - é demonstrar a riqueza das culturas cristãs da região; que a história dos cristãos não é feita somente de dramas e perseguições, mas conheceu também períodos de prosperidade e que os atuais perigos que ameaçam a sua presença são acompanhados pela esperança de que estas comunidades tomem consciência de uma identidade comum e secular, baseada em uma história compartilhada.

(JE/LZ)








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