Documento do episcopado francês sobre o uso dos locais de culto


Paris (RV) - Diálogo, vigilância, esperança: três palavras-chaves que poderiam bem sintetizar a reflexão realizada pelo episcopado francês sobre o atual uso das igrejas.

Por ocasião da publicação do documento "Ces églises qui font l'Église", o Bispo de Sées, Dom Jacques Habert - membro do Conselho para os Movimentos e as Associações de Fiéis e responsável pelo grupo de trabalho "As igrejas, um novo desafio pastoral" - explica no site do episcopado que estes locais não devem ser somente locais de culto onde se celebra a Eucaristia, mas devem abrir-se sempre mais às dimensões de acolhida, de ensinamento e da catequese. Áreas em que "o povo de Deus pode e deve investir".

Como imaginar nos anos vindouros - pergunta-se o prelado - que "as nossas 42 mil igrejas estejam sob a responsabilidade de um único pároco?".

A utilização delas está intimamente ligada à questões culturais e patrimoniais, também influenciadas pelas leis de separação entre Igreja e Estado de 1905-1917.

Na configuração entre fé e cultura, "o diálogo é a primeira qualidade a ser cultivada" com os políticos, com o mundo das artes e do turismo e com os residentes, primeiros custódios do local de culto.

Mas é necessário vigilância, adverte. Ainda que o Código de Direito Canônico preveja a possibilidade de que uma igreja acolha manifestações culturais, tal uso - observa o bispo - deve ser objeto de atenta avaliação: "não se pode passar do culto à cultura do mundo indiferenciado".

Por fim, a esperança. Não basta a convivência com o mundo da cultura ou do patrimônio estatal. Tal realidade deve suscitar "a esperança de que a nossa Igreja seja sempre, por meio de suas igrejas, local de encontro, acolhida e diálogo".

Não obstante o peso financeiro e material de certas situações, os católicos devem sempre considerar as igrejas "como uma chance e não como um fardo a carregar".

Por fim, o convite de Dom Jacques para que cada diocese constitua "células de vigilância" encarregadas de controlar e monitorar a melhor utilização possível dos templos.

(JE - L'Osservatore Romano)








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