Mais de 1 milhão e 300 mil os sul-sudaneses que fogem da guerra e da fome


Juba (RV) – Não cessa o fluxo de refugiados sul-sudaneses em direção ao Sudão e Uganda: são 1,3 milhões de pessoas que fogem da guerra civil e da fome provocada também pela seca. Boa parte delas, mulheres e crianças.

O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa pelo Comissário para os refugiados do Governo de Khartum, Ismail al-Gizouli. Ele afirmou que o fluxo de refugiados teve um grande incremento nesses últimos meses e lançou um apelo à comunidade internacional para assistência humanitária a estas pessoas.

Refugiados em fuga da guerra civil e da carestia

Além da guerra entre o Presidente Salva Kiir e o ex-Vice Presidente Riek Machar – apoiados pelos respectivos grupos étnicos – o Sudão do Sul é atingido por uma grave carestia e pela crise econômica. O conflito, aliado à seca, prejudicou as colheitas e a produção agrícola.

Apelo das Igrejas pela paz

Pouco serviram nestes meses os apelos e as denúncias das Igrejas, apoiados também pelo Papa Francisco, que em 26 de fevereiro, ao visitar a igreja anglicana de Roma, expressou o desejo de visitar o país, acompanhado pelo Arcebispo anglicano Justin Welby.

Apelos estes reiterados pelo Presidente da Conferência Episcopal do Sudão (SCBC), Dom Edward Hiiboro Kussala, na mensagem divulgada por ocasião do sexto aniversário de independência do Sudão do Sul, após o referendum de 9 de julho de 2011.

No texto o prelado pedia um cessar-fogo total, apoio ao diálogo nacional proposto em julho passado pelo Presidente Kiir e orações ininterruptas pela paz.

Entre as vozes mais duras contra os expoentes políticos de Juba, está a do Bispo auxiliar da capital, Dom Santo Loku Pio Doggale, que em mais de uma ocasião nestes meses chamou em causa, em particular, a responsabilidade do governo.

O auxílio da Igreja

Para além das críticas, as Igrejas locais, a Santa Sé e as organizações caritativas católicas internacionais se organizaram para levar apoio à martirizada população sul-sudanesa e aos refugiados.

Entre estes, o Catholic Relief Services, a obra caritativa dos bispos estadunidenses para ajudas aos países do além-mar, que levou assistência a mais de um milhão de pessoas; a Caritas Itália, os Médicos com a África Cuamm, além de diversas organizações religiosas.

Apoio do Papa

Digno de nota, que em junho passado o Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Peter Turkson, apresentou à imprensa a iniciativa “O Papa pelo Sudão do Sul”.

Com esta ação de apoio no campo da saúde, da educação e do trabalho agrícola - num montante que chega à meio milhão de dólares – o Pontífice quis manifestar concretamente a caridade e a proximidade à população da nação africana. (JE/LZ)

 








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