Jovem leigo católico em missão assassinado nas Filipinas


Manila (RV) – Chamava-se Domingo Edo o jovem leigo católico filipino assassinado enquanto se dirigia a um remoto vilarejo, próximo à cidade mineira de Tampakan, Ilha de Mindanao. Ele havia sido enviado em missão à localidade, pela Diocese de Marbel.

Ele estava acompanhado por Ramil Piang, um coroinha de 18 anos, que ficou ferido durante o ataque realizado por um grupo de homens armados, ainda não identificados.

Domingo Edo, que trabalhava para o Social Action Center da Diocese de Marbel “era um jovem muito amado por todos os habitantes daquela região montanhosa e, aparentemente não tinha inimigos”, declarou à Agência Ucanews o Padre Ariel Destura, encarregado diocesano para as obras sociais.

A Diocese havia confiado a Domingo o trabalho de evangelização de algumas comunidades rurais na região de South Cotabato.

Segundo as primeiras investigações, o assassinato pode ter ligação com o trabalho que Domingo Edo realizava, com o apoio da Igreja local, na defesa das populações da região dos efeitos de uma mina de cobre e ouro, que se estende por três Províncias da ilha, ainda que, segundo Padre Destura, “ele realizava a obra que lhe foi confiada por meio do diálogo e sem nunca exasperar os ânimos da população”.

Em diversas oportunidades a Igreja Católica local reiterou a ilegitimidade das operação extrativas minerais, que na maior parte das vezes causam sérios danos à agricultura e aos recursos hídricos, colocando em risco a vida das populações.

Segundo os bispos da ilha, o aquecimento global, as mudanças climáticas e a falta de alimento são ameaças imediatas que colocam em risco a vida humana. As atividades de extração em larga escala não resolvem, mas contribuem para agravar estes problemas.

Há mais de dez anos a Conferência Episcopal filipina se opõe ao “programa para a revitalização das minas”, lançado pelo então governo Arroyo.

O projeto permite a ampliação da extração também em áreas protegidas, entre as quais importantes áreas de biodiversidade e reservas naturais.

Para os bispos, os benefícios econômicos prometidos pelas multinacionais de minérios não compensam o deslocamento de inteiras comunidades, sobretudo indígenas, colocando em risco a saúde e as condições de vida, além de provocar poluição.

As regiões com minas estão entre as mais pobres do país, também porque as grandes companhias de mineração “destroem a cultura indígena e o ambiente”.

Foi neste contexto que ocorreu o ataque que matou Domingo Edo, ainda que seja prematuro estabelecer com certeza os motivos do assassinato. As investigações da polícia não descartam nenhuma possibilidade.

(JE)








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