Tráfico de pessoas: quando a vida dos pobres vira mercadoria


Cidade do Vaticano (RV) - Todos os anos, 23 de agosto marca o Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e sua Abolição. A data é ocasião para convidar a sociedade a extrair ensinamentos da história e lutar pela igualdade de direitos e contra as novas formas de escravidão ou de comércio com seres humanos. Hoje, segundo estimativas oficiais, em torno de 21 milhões de pessoas são afetadas por estes crimes.

A ausência de políticas de educação, profissionalização e segurança pública, somada à condição de pobreza crônica, faz da Amazônia brasileira um alvo privilegiado para o tráfico de pessoas. Faltam elementos fundamentais para uma vida que possa ser definida digna de seres humanos.

A Irmã Henriqueta Cavalcanti  é assessora do Regional Norte II da CNBB, em Belém, e trabalha diretamente com a prevenção do tráfico.

“A maior causa está na vulnerabilidade”, adianta a Irmã, que prossegue: “Muitas mulheres, depois de viverem a experiência da exploração sexual, dentro e fora do país, preferem não retornar ao Brasil pois não encontram perspectivas de trabalho, acompanhamento e acolhimento social e familiar: são vítimas do abandono”.

Traçando um perfil dos criminosos, Irmã Henriqueta fala de uma rede de mercantilização da vida:

“São aliciadores que fazem falsas promessas de melhoria de vida, casamentos e propostas de trabalho no exterior, escolinhas de futebol para crianças... propostas enganosas, caracterizadas por uma escalada econômica bem rápida. Assim, meninas e meninos, mulheres e homens, embarcam na viagem que chamamos ‘viagem de terror’. Trata-se de um movimento organizado, arquitetado para negociar a vida dos pobres como uma mercadoria”. 

Ouça aqui a reportagem completa:

(cm)








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