Síria: Novo bispo leva esperança aos siríacos ortodoxos de Hassake


Damasco (RV) – Os siríacos ortodoxos de Hassake, cidade do nordeste da Síria, celebraram com alegría no sábado, 19, a chegada de um novo bispo, quatro anos depois de o anterior ter deixado o país por causa da guerra.

Desde seu início, há seis anos, a guerra na Síria deslocou mais da metade da população. Em algumas regiões, os cristãos foram alvo dos jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico, que destruiu e profanou muitas igrejas e símbolos cristãos.

Para os fiéis reunidos na Catedral de São Jorge, a chegada do Arcebispo Dom Maurice Amseeh é uma mostra da resistência de sua comunidade, não obstante a guerra.

“É certo que muita gente se foi, porém nós continuamos aqui, e o que ocorreu hoje é a prova de que ainda estamos neste país e aqui ficaremos”, afirmou à Ag. France Press a estudante de 23 anos, Jenny Hakop.

Os participantes da celebração deram gritos de júbilo quando o novo arcebispo abençoou os fiéis.

“Sem bispo, um rebanho perde seu camino”, afirmou Georgette, uma professora de 37 anos, expresando sua esperança de que Dom Amseeh ajude a revitalizar a Igreja cristã na região.

O mandato oficial do novo bispo se estende até a comunidade siríaca ortodoxa da região de Al Jazira e do Eufrates (noroeste), incluída a Província de Deir Ezzor, em grande parte controlada pelo EI.

“Quando Deir Ezzor for libertada do terrorismo, irei até lá em peregrinação para reconstruir os edificios e apoiar a população”, assegurou Dom Amseeh à AFP.

Uma grande parte da Província de Hassake e a cidade homônima fazem parte de uma “administração autônoma” curda. Já o regime sírio controla algumas zonas.

Os siríacos, que seguem a tradição dos cristãos do Oriente, rezam em aramaico. A comunidade se subdivide nos ramos ortodoxa e católica e constitui cerca d 15% dos 1,2 milhões de cristãos na Síria.

Antes do início do conflito, em março de 2011, os cristãos de 11 comunidades diferentes representavam 5% da população síria.

Até agora, o conflito iniciado em 2011 já provocou a norte de 330 mil pessoas.

(JE/AFP)








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