O Papa e os índios: a expectativa na Colômbia e no Peru


Cidade do Vaticano (RV) – Em sua visita ao Peru, em janeiro de 2018, o Papa terá mais uma ocasião de encontro com povos indígenas. Região de biodiversidade, em plena selva amazônica peruana, Puerto Maldonado é a capital de Madre de Dios, departamento que faz fronteira com o Acre.

O encontro na fronteira com o Brasil

Puerto Maldonado é aonde está todo o tema da ecologia e da Amazônia, um símbolo dos povos originais e amazônicos. É aonde o impacto do desmate irrefreável de madeiras nobres, a exploração ilegal de minérios, o contrabando e o tráfico de drogas os ameaça, diariamente.

Villavicencio no programa de setembro

Na Colômbia, onde estará em setembro próximo, Francisco terá já no primeiro dia contato próximo com indígenas: um pequeno grupo de artesãos da comunidade indígena Wayúu está produzindo uma casula especial para ser usada na visita. O povo Wayúu, com cerca de 200 mil índios, é considerado um dos grupos mais numerosos do país.

No Rio, o abraço com o pataxó

A primeira imagem pública do carinho do Papa com os povos indígenas foi logo em sua primeira viagem, quando no Rio de Janeiro, em julho de 2013, o índio pataxó Ubirai subiu no palco do Teatro Municipal e entregou ao Pontífice um cocar feito com penas de garça e arara. O aratacá – como eles o chamam - tem a função de ligar o homem a Deus. Francisco o colocou na cabeça imediatamente.

A partir daí, demonstrações de sua preocupação com a condição das comunidades indígenas em todo o mundo foram tangíveis e consecutivas.

Intenção de oração 

Um ano após a publicação da primeira Encíclica papal sobre a ecologia integral, em julho de 2016, Francisco pediu que nos uníssemos a ele em oração para que os povos indígenas, ameaçados na sua identidade e existência, fossem respeitados.

No México

Ainda em 2016, chegando à região de Chiapas, no México, onde o aguardavam 100 mil índios, fez um duro pronunciamento contra “a dor, o abuso e a desigualdade” sofridos pelos povos indígenas, que somam 11 milhões naquele país. Bergoglio lhes pediu perdão e encorajou os governantes a fazê-lo também por os terem “excluído, menosprezado e expulsado de suas terras”.

Em San Cristóbal de las Casas, celebrou missa em espanhol e nas línguas indígenas. Depois de reconhecer como legítimo o desejo dos povos indígenas de viver em liberdade — “numa terra prometida onde a opressão, o abuso e a degradação não sejam moeda corrente” — afirmou que “muitas vezes, de modo sistemático e estrutural, os povos indígenas foram incompreendidos e excluídos da sociedade. Alguns consideraram inferiores os seus valores, sua cultura e suas tradições. Outros, aturdidos pelo poder, pelo dinheiro e pelas leis de mercado, os despojaram de suas terras ou realizaram ações que as contaminaram. Que tristeza! Que bem faria a todos nós se fizéssemos um exame de consciência e aprendêssemos a dizer: perdão! O mundo de hoje, despojado pela cultura do descarte, precisa disso”.

E acrescentou: “Temos muito a aprender com a relação harmoniosa dos indígenas com a natureza".  

Oxalá ainda haja ainda há tempo para isso...

(cm)

 








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