Coreia do Norte-EUA. Dom Tomasi: diálogo ou ameaça nuclear concreta


Cidade do Vaticano (RV) - “Como cristãos, devemos caminhar pela estrada da paz e fortalecer a educação e a cultura pública sobre o fato de que da ameaça nuclear se se defende somente eliminando completamente as armas atómicas”. Foi o que afirmou o Arcebispo Silvano Maria Tomasi, durante muitos anos Observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Genebra, refletindo sobre a crescente tensão nos últimos dias entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte: uma situação - disse - que o Papa está seguindo. Inúteis até o momento os convites à moderação nas palavras e nas acções por parte da Europa e da China. O presidente dos EUA Trump ameaça “fogo e chamas” contra Pyongyang, que por sua vez se disse capaz de atingir os EUA, mais precisamente a base de Guam, com mísseis nucleares que continua a testar com essa finalidade.

De fato, observa Dom Tomasi, se de um lado a consciência da destruição e da inutilidade da arma atômica aumenta, de outro, persistem “grupos” de homens e países que a consideram ainda viável como instrumento de defesa”. Dom Tomasi ressalta que uma arma que destrói tudo de forma indiscriminada - e a experiência da Segunda Guerra Mundial é um exemplo - não pode ser aceita de forma alguma e lembra o dever da comunidade internacional de intervir para proteger qualquer violação dos direitos humanos . Mas, esclarece o arcebispo, mesmo antes disso, devemos continuar a delicada tarefa de negociação. Com a sua longa experiência em missão a Genebra, Dom Tomasi admite a dificuldade de levar as pessoas à mesma mesa, com objetivos políticos e militares opostos mas relança a estratégia da “inclusão” do Papa Francisco.

Dom Silvano Maria Tomasi 

R. É interessante o fato que algumas semanas atrás, 123 países assinaram uma convenção que proíbe completamente o uso de armas nucleares. Então, por um lado, estamos caminhando para uma consciência mais clara e, por outro, vemos que, infelizmente, alguns países que possuem armas atômicas querem mantê-las e outros estão tentando desenvolver ainda esta tecnologia militar. Nós, como cristãos, devemos caminhar no caminho pela estrada da paz e fortalecer a educação e a cultura pública. Para estar a salvo das ameaças nucleares, é necessários que nenhum país as possua e que se encontre uma alternativa construtiva e segura.

P. O senhor sabe se o Papa está informado e segue a situação na Ásia?

R. - Penso que certamente o Santo Padre está seguindo o desenvolvimento dos eventos. Ele falou claramente não apenas contra o comércio de armas, mas contra a violência como método de negociação; sobretudo procurou convencer a comunidade internacional a não criar fronteiras inúteis, mas a ser inclusiva, para encontrar o caminho para evitar o uso da violência. (SP)

 

 








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