2017-08-01 15:16:00

Blangiardo: em África não haverá nenhuma explosão demográfica


Em trinta anos, a África duplicará a sua população, segundo vários estudos especializados, se os ritmos de natalidade continuarem a este nível. Na classificação mundial dos Países que fazem mais filhos os primeiros quinze encontram-se todos em África, variando dos 7,6 filhos por casal do Níger, aos 6,5 da Somália, até os 5,7 da Nigéria. Durante o último G20 de Hamburgo, o presidente francês Macron observou, despertando muita controvérsia, que a tendência é um problema, considerando no futuro o fluxo dos migrantes que poderiam chegar na Europa.

"Os dados demográficos são esses - diz Gian Carlo Blangiardo, Professor Catedrático de Demografia na Universidade Bicocca de Milão - pode haver pequenas diferenças, mas é a tendência de fundo". É fundamental, portanto, tentar transformar este dado de facto numa oportunidade. "É necessário – sublinha ele - criar o desenvolvimento e ajudar a África a valorizar o próprio património e o próprio capital humano, creio que é um dever não apenas no plano moral, mas também e sobretudo no plano da condição económica”.

Entretanto, a Dinamarca anunciou que vai aumentar os fundos para o controle da natalidade nos Países em desenvolvimento. Segundo o professor Blangiardo os Países do Norte da Europa têm "uma obsessão pelas políticas do planeamento familiar, como se todos os males do mundo resultassem de lá". "A Dinamarca e outros Países deveriam perceber que as dinâmicas da fertilidade no mundo Africano – ressalta o professor – estão já orientadas para uma redução lenta mas progressiva. Portanto, isto quer dizer que não é preciso resolver este tipo de problema porque de alguma forma ele já está a ser resolvido”.

"A bomba demográfica que devia explodir não vai explodir. Não sei quais são os interesses, também económicos, da Dinamarca em querer colocar neste enorme potencial mercado Africano produtos de vários tipos que de alguma forma estão voltados ao planeamento familiar. A África está passando por uma situação particular com poucos idosos e menos crianças, mas com um forte potencial de carácter produtivo. Poderia tornar-se os Estados Unidos do séc. XXI” – conclui o Prof. Blangiardo. (BS)








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