Dois sacerdotes sequestrados na República Democrática do Congo


Kinshasa (RV) – Jovens milicianos desvastaram uma paróquia e sequestraram dois sacerdotes no Kivu do Norte (Nord-Kivu), República Democrática do Congo.

Trata-se dos Padres Pierre Akilimali e Charles Kipasa, sequestrados entre a noite de domingo e segunda-feira na Paróquia de Notre-Dame des Anges de Bunyuka, uma das doze paróquias da Diocese de Beni-Butembo (Nord-Kivu), zona na fronteira com Uganda e Ruanda. Eles foram levados após a estrutura paroquial pela qual eram responsáveis ter sido depredada.

Região de conflitos

Além dos milicianos provenientes sobretudo de Ruanda e de Uganda, opera na região a guerrilha Mai Mai. Grupos combatidos pelas forças governamentais.

A situação é complexa, conforme confirmou aos microfones da RV o Padre Louis Cattani, missionário xaverianos há anos vivendo na República democrática do Congo:

“Provavelmente o motivo é depredação ou pedido de resgate”.

RV: recordamos que em 2012 três assuncionistas haviam sido sequestrados e nunca se soube mais nada a respeito deles. Portanto existe um forte perigo para quem vive na região, sobretudo se religioso..

“Não diria somente religiosos, mas sobretudo pelos civis. Os sequestros são muito frequentes, são regiões muito ricas em minerais. Cada grupo armado procura controlar uma parte do território. Os políticos se servem das milícias para aumentar a sua influência na população. Depois há os combates destes grupos armados com o exército. É uma dinâmica muito complexa, portanto, cria medo, obriga a população a abandonar os seus campos e isto provoca uma crise econômica”.

RV: Em tudo isto, o que a presença religiosa leva às pessoas? E, o que o sequestro de religiosos representa para a sociedade?

“A Igreja é a instituição mais presente em meio ao povo. Portanto, quando a Igreja é atingida, a sociedade, as pessoas, se sentem mais vulneráveis. Atingir um sacerdote, atingir uma instituição religiosa, é atingir justamente aquilo em que as pessoas colocam mais confiança”.

RV: O senhor teme que em vista das eleições que serão realizadas em 2018 – que foram adiadas – a violência terá um aumento?

“Existe o risco de uma intensificação da violência como aconteceu também em 2011. A violência torna-se o meio para se impor”.

(JE/GC)








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