2017-07-17 17:25:00

Falta consciencia social sobre as próprias origens - Raimundo Lima


Na nossa rubrica sobre os afrodescendentes falamos hoje com o nosso colega brasileiro, Raimundo Lima. Natural do Estado da Baía, Raimundo define-se “pardo”, uma variante – explicou-nos daquela vasta gama da mestiçagem de raças no país, onde mais de 50% da população é negra, mulata, mestiça… Mas, sublinha o Raimundo, O Brasil tem uma dívida social em relação aos chamados indígenas ou população autóctone e em relação aos afrodescendentes. É que – recorda - ao longo de três séculos (1530-1888) a mão de obra braçal dos negros escravizados, o que lançou as bases para o desenvolvimento. Mas, com a abolição da escravatura em 1888, os negros foram colocados na sargeta…

Natural da Baía, Raimundo Lima recorda ainda que dos 12 milhões de africanos, que se calcula, tenham sido levados como escravos para a América Latina, 60% foram absorvidos pelo Brasil. E a Baía (assim como Minas Gerais) foi o Estado que mais negros recebeu. Basta pensar que 80% da população da capital do Estado, Salvador, é hoje composta por afrodescendentes. Raimundo é, todavia, da localidade de Itabuna, onde não se tem tanto a percepção do ser negro. Mas, no fundo o que falta – diz – é a consciência histórica das próprias origens.

Uma discriminação, cujas raízes o Raimundo vai buscar à História do Brasil e da composição da sua população…

A abolição da escravatura no Brasil foi uma grande farsa… E Raimundo Lima explica porquê, ponde em realce a chamada “Lei do Ventre Livre” e a “Lei Sexagenária”

 

Reconhecimento e justiça por forma a abrir caminho para o desenvolvimento. E as autoridades brasileiras têm tomado medidas no sentido de desencadear todo um processo de reconhecimento, justiça e desenvolvimento?

É disto que falaremos na próxima segunda-feira com Raimundo Lima… Será sempre aqui na rubrica sobre a Década dos Afrodescendentes… 

(DA)








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