2017-06-27 09:26:00

Portugal. Incêndios: retomar a vida depois da tragédia


Uma semana após a tragédia dos incêndios de Pedrogão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, em Portugal, que provocaram 64 mortos e mais de 160 feridos, o tempo é agora de retomar a vida e as forças para enfrentar as consequências.

Cerca de 150 famílias desalojadas e dilaceradas pela dor, danos materiais incalculáveis, dúvidas em relação à origem destes incêndios e respetivas responsabilidades das autoridades, são o cenário que percorre estas localidades do distrito de Leiria e da diocese de Coimbra.

Dom Virgílio Antunes esteve nas zonas dos incêndios e contactou com as populações. O bispo de Coimbra que tinha estado, recentemente, em visita pastoral nestas terras afetadas pelos grandes incêndios, está a fazer o acompanhamento da situação junto das famílias da região que estão a sofrer com esta calamidade. Dom Virgílio Antunes prestou declarações à reportagem da Agência Ecclesia das quais transmitimos alguns excertos:

“Há um panorama absolutamente desolador, no que diz respeito à paisagem já todos sabíamos, mas, de facto, o panorama dos carros ardidos, das casas ardidas, e depois, sobretudo, as pessoas que encontrei muitas das quais perderam os seus familiares. É um panorama verdadeiramente duro e difícil de encarar.”

“Eu tinha tido a graça de fazer a visita pastoral aqui neste arciprestado, nestes concelhos de Pedrogão Grande, Castanheira de Pera, de Figueiró dos Vinhos e em todos os outros ainda há relativamente pouco tempo. E, portanto, reconheci esta região verde de gente feliz, bem-disposta, conheci as igrejas, as capelas, onde podemos estar juntos. E, de facto, passar agora é uma situação, é uma relação com a realidade, com as pessoas muito marcante.”

“Eu devo dizer que quando cheguei aqui a Pedrogão Grande celebrei missa aqui na Igreja às 10h da manhã onde estava um bom grupo de pessoas e vi as pessoas tristes, mas, por outro lado, com uma expressão de confiança e de fé que eu acho que é a única proposta, por assim dizer, que nós enquanto pessoas de fé, enquanto Igreja, temos a fazer.”

“ A ajuda material acabará por chegar de vários lugares de várias partes, a ajuda psicológica também existe no terreno, agora esta ajuda da fé e da confiança e da esperança que nasce da fé, e esta gente é gente de fé, penso que é a ajuda maior. Aliás ouvi isso, esta manhã, da boca de muitas pessoas: ‘foi a minha fé que me fez resistir e que me ajuda a aceitar esta realidade de outra forma’. Esta é a ajuda, penso eu, mais específica que a Igreja pode dar, naturalmente, estando ao lado de todos aqueles que precisam, numa atitude de solidariedade.”

A solidariedade está a chegar às famílias vítimas destes grandes incêndios e tem vindo de todo o país. A Conferência Episcopal Portuguesa, em concreto, anunciou que as dioceses católicas vão promover um peditório nacional no domingo dia 2 de julho, para ajudar as vítimas dos incêndios.

O montante recolhido vai ser enviado para a Cáritas Portuguesa que já abriu uma conta solidária para esta ocasião: “Cáritas com Portugal abraça vítimas dos incêndios”. A conta é da Caixa Geral de Depósitos e tem os seguintes dados bancários: PT50 0035 0001 00200000 730 54. As vítimas dos incêndios aguardam pela nossa ajuda.

(RS)








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