2017-06-23 17:19:00

Gana: num filme documentário as esperanças de um País


Gana através dos olhos de alguém que nasceu lá e voltou para mostrar as potencialidades de um futuro melhor. É o que se propõe fazer o documentário 'The Wonderful Tapestry of Life’ (A Maravilhosa Tapeçaria da Vida), que narra o regresso de Anita Evelyn Stokes Hayford, ex-embaixadora do Gana na Itália e presidente do Conselho de Administração do Programa Mundial para a Alimentação, à aldeia fundada pelos seus antepassados. O documentário, produzido por Aurora Vision em colaboração com a Província de Trento, foi apresentado nesta quarta-feira (21/06) na sede da nossa Emissora.

A "maravilhosa tapeçaria da vida", elaborado ritmicamente pelas mãos dos artesãos de Gana sobre os quadros, é a história de um regresso e de um País, o Gana, em que a tenacidade dos habitantes e a solidariedade são as bases para um futuro de esperança. A viagem da Embaixadora Anita Evelyn Stokes Hayford rumo à aldeia fundada por seu avô, perto do porto de Takoradi, começa a partir das fortalezas onde em tempos coloniais foram presos milhões de pessoas antes de serem vendidos como escravos. Uma advertência para as novas escravidões dos nossos tempos - diz a embaixadora - que nascem com a exploração do trabalho e constringem às migrações forçadas.

Além das cinzas do passado, nós imaginamos um futuro luminoso para Gana. Fiquei muito feliz de ir à aldeia do meu avô. Não houve melhorias desde que saí, mas para mim foi uma grande emoção voltar para lá. E espero que a minha família poderá em breve começar a desenvolver a aldeia: a electricidade já está lá, mas também se deve trazer água e fornecer outros serviços para melhorar a vida dos habitantes. Agora eu quero que este filme saia para dizer ao mundo que existe optimismo no Gana e que nem tudo está perdido.

Um optimismo testemunhado pelo encontro com Georgina Abram. Desprovida de pernas desde o nascimento, quando ainda era criança tinha sido abandonada por seus pais numa floresta e encontrada pelo padre franciscano George Abram - do qual teve o nome - e confiada a uma mulher local. Agora se formou, tem um filho e é um símbolo para as outras mulheres da aldeia de Ankaful, onde o padre George dirige o primeiro hospital para doenças infecciosas da África Ocidental, como explica neste extracto do documentário:

Há 40 anos atrás eu cheguei aqui. Quando comecei a arregaçar as mangas, para trabalhar tínhamos 50 mil pacientes registados no Gana: 50 mil pacientes doentes de lepra. E então, visto que estávamos no campo e que tínhamos um pouco de apoios, começámos a fazer um hospital. Tínhamos até dois, três mil novos casos por ano: agora encontrámos 270 novos casos em todo o Gana com 21 a 23 milhões de habitantes, que do ponto de vista epidemiológico é zero.

Uma mensagem de fraternidade consolidada nas sete viagens ao Gana que foram necessárias para realizar este documentário, afirma a directora, Lia Giovanazzi Beltrami:

"A mensagem principal é que todos nós somos fios coloridos e se cada qual vive para si mesmo permanece um fio e basta. Se nos tecermos um com o outro em solidariedade, nos tornamos um bordado esplêndido que é a maravilha da vida. O que queremos comunicar ao espectador é algo diferente: para nós, os ocidentais, ir para Gana significa ganhar uma atenção para com o próximo diferente, e adquirir um sabor diferente da vida. A solidariedade é fazer do outro um protagonista de intercâmbio. Nós todos queremos ser fios que nos tornamos protagonistas de intercâmbio e, portanto, protagonistas de um bordado maravilhoso”. (BS)








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