Santa Sé exorta Rep. Democrática Congo a cessar fogo e tutela de civis


Genebra (RV) - Cessar-fogo, tutelar os civis, promover a paz, estabelecer processos democráticos, permitir o retorno dos refugiados: são os cinco passos que a Santa Sé auspicia que sejam dados pelo governo da República Democrática do Congo para sanar a dramática situação do país, ilustrados esta quarta-feira (21/06) pelo observador permanente vaticano junto ao escritório da Onu em Genebra, na Suíça, Dom Ivan Jurkovič, durante a 35ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos.

Dramática deterioração da situação humanitária

Registram-se no país africano “uma dramática e contínua deterioração da situação humanitária e dos direitos humanos” da população e “graves ataques, difusos e aparentemente planificados contra os civis, as instituições religiosas e as organizações baseados na fé por estas professadas, em particular, na região de Kasai”, ressaltou Dom Jurkovič.

Uma situação pela qual “a Santa Sé expressa profunda preocupação”, ressaltando que se trata de “consequências trágicas de tensões que jamais foram enfrentadas adequadamente, apesar das iniciativas de reconciliação”.

Promover paz, reconciliação e diálogo

Daí, o apelo do observador permanente da Santa Sé ao governo congolês a fim de que “em estreita colaboração com a Onu” determine o cessar-fogo “assegurando o fim das violências e prevenindo o tráfico de armas”.

Ao mesmo tempo, o executivo do país africano é exortado a cumprir “seu dever de tutela e respeito dos civis e dos agentes humanitários”, somando a isso a “promoção de esforços eficazes e transparentes em favor da reconciliação, do diálogo e da paz”.

Democracia contemple toda a população

O arcebispo esloveno lançou um apelo ulterior a fim de que, graças a “uma mediação imparcial do conflito”, possam se estabelecer processos democráticos” inclusivos de “todos os setores da população” e se construam as condições que “permitam o retorno seguro dos refugiados a Kasai”.

Não ao uso de crianças-soldado

Por fim, o representante vaticano recordou a importância de “preservar e defender os direitos humanos” da população congolesa e de suas “muitas crianças arrancadas de suas famílias e escolas para ser utilizadas como soldados”. Uma tragédia que, como já disse o Papa Francisco, representa um chamado à “consciência e à responsabilidade das autoridades nacionais e da comunidade internacional”.

Razões do conflito

A província de Kasai, na República Democrática do Congo, tem sido há tempos palco de violentos confrontos entre o exército nacional e um grupo armado fiel a Kamuina Nsapu, um chefe tradicional local assassinado num confronto com a polícia em agosto de 2016.

Em março passado os milicianos armaram uma cilada a um comboio militar decapitando os quarenta policiais que estavam a bordo. O conflito em Kasai agrava também a tensão geral que se respira no país inteiro, vez que o Presidente Kabila se nega a renunciar apesar da conclusão dos dois mandatos, iniciados em 2001, e da proibição, sancionada pela Constituição, de um terceiro mandato. (RL/IP)








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