Cidade do México (RV) - Multiplicam-se, sobretudo no continente americano, as expressões de comunhão e solidariedade das Igrejas locais com o povo venezuelano, há meses em meio ao agravamento de uma crise humanitária e social sem precedentes.
O episcopado mexicano lançou um forte apelo “a fim de que, unidos como Igreja, manifestemos comunhão e solidariedade com o povo nosso irmão e neste momento sofredor da Venezuela”.
Daí, o convite a realizar uma coleta extraordinária de fundos que mediante os canais da Caritas poderá ser feita individualmente ou através de uma “Coleta especial” nos dias 18 e 19 deste mês de junho.
Num documento episcopal, os problemas atuais da Venezuela
A mensagem é assinada pelo presidente e pelo secretário geral da Conferência Episcopal Mexicana, respectivamente, o arcebispo de Guadalajara, Cardeal Francisco Robles Ortega, e o bispo auxiliar de Monterrey, Dom Alfonso Gerardo Miranda Guardiola. A mesma é endereçada aos prelados, aos sacerdotes, às religiosas e aos religiosos, aos leigos das dioceses mexicanas e “sobretudo às pessoas de boa vontade”.
O episcopado mexicano evidencia, em particular, que “a crise humanitária na Venezuela, já qualificada como ‘sem precedentes’, está piorando na medida em que aumenta a carência de alimentos e medicamentos”.
Em particular, o vertiginoso aumento da inflação que causou o colapso do sistema de saúde, unido à violência, deixaram a população desprovida de acesso à nutrição, à assistência à saúde e aos serviços de base. “Esta crise atinge sobretudo os mais vulneráveis, entre os quais as crianças”, ressaltam os bispos.
Graves condições da saúde e falta de medicamentos
Ademais, na mensagem são evidenciados alguns indicadores alarmantes “desta catástrofe humanitária em que se encontram nossos irmãos”. 82% dos venezuelanos vivem atualmente em condições de pobreza. A inflação anual acumulada é de 700%, a mais alta do mundo, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um aumento para 1200% em 2018.
As condições da saúde estão se agravando em consequência da falta de mais de 85% dos produtos farmacêuticos. Daí também a difusão de importantes enfermidades que se pensava debeladas, entre as quais a malária, difteria e tuberculose.
A desnutrição aguda nas crianças abaixo de 5 anos triplicou em menos de 2 anos e supera os limites considerados de gravidade pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Também Colômbia e Brasil oferecem ajudas à Venezuela
Também a diocese colombiana de Cúcuta tem tomado iniciativas concretas de solidariedade. Foi aberta estes dias na diocese uma casa de acolhimento para os venezuelanos, que todos os dias em milhares atravessam a fronteira em busca de alimento, medicamentos, gêneros de primeira necessidade, e de alguma possibilidade de sustento. A estrutura acolhe cerca de 500 pessoas todos os dias.
Iniciativas análogas têm sido tomadas há algumas semanas também no Brasil, onde a Caritas nacional está multiplicando esforços para assegurar a assistência aos venezuelanos que atravessam a fronteira em busca de refúgio. (RL / L'Osservatore Romano)
All the contents on this site are copyrighted ©. |