Editorial: Espaço à boa notícia


Cidade do Vaticano (RV) – Romper a espiral das notícias negativas, dando espaço à lógica da boa notícia. Uma das exortações que o Papa Francisco faz na sua Mensagem para este 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais que celebramos neste domingo, 28 de maio, Ascensão do Senhor. O tema é “Comunicar esperança e confiança no nosso tempo”. O texto da mensagem já fora publicado em, 24 de janeiro, Festa de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas. Nele Francisco exorta os comunicadores a serem “canais vivos” do Evangelho da “Boa Notícia”, Notícia que ilumina também as situações mais dramáticas da história.

Francisco encoraja uma comunicação “construtiva” que rejeite os preconceitos e favoreça a “cultura do encontro”. Assim os comunicadores poderão romper aquele “circulo vicioso” da angústia que se fixa nas “notícias ruins”.

O Papa recorda ainda que todos os dias são “moídas” tantas informações. Cabe então, aos comunicadores, aos jornalistas “oferecer um pão perfumado e bom àqueles que se alimentam dos frutos da sua comunicação”.

Comentando a mensagem o Prefeito da Secretaria para a Comunicação do Vaticano, Mons. Dario Edoardo Viganò, disse que “romper a espiral de uma comunicação negativa, que leva também ao anestesiamento da consciência, significa que a história é feita de cinza, de preto às vezes, mas que mantém sempre espirais que se abrem num horizonte de esperança, de proximidade. É isso que somos chamados a fazer: procurar fazer de modo que o mal jamais seja o protagonista vencedor”.

Francisco sublinha com força que é preciso deter a “espiral de medo”, fruto do costume de fixar a atenção nas notícias ruins. Certamente não se trata de promover a desinformação na qual seria ignorado o drama do sofrimento, e muito menos de cair em um otimismo ingênuo que não se “deixa tocar pelo escândalo do mal”. Ao invés, o Papa pede para ultrapassar o sentimento de descontentamento e resignação.

Em um sistema de comunicação onde vale cada vez mais a lógica que uma boa notícia não interessa, e, portanto, não é uma notícia, podemos ser tentados de anestesiar a consciência ou de escorregar no desespero. Assim, muitas vezes o drama da dor e o mistério do mal “são facilmente espetacularizados”.

O Pontífice na sua Mensagem propõe então a busca de um estilo comunicativo aberto e criativo, que não esteja disposto a conceder ao mal um papel de protagonista, mas sim que procure colocar em evidência as possíveis soluções, inspirando uma abordagem propositiva e responsável nas pessoas às quais se comunica a notícia.

Brota assim um apelo a todos os comunicadores para que ofereçam à humanidade do nosso tempo “narrações marcadas pela lógica da boa notícia”.  A realidade não há um significado unívoco. Tudo, de fato, depende do olhar com o qual é captada pelos óculos que nós escolhemos olhá-la. Quais são então os óculos certos para contar a realidade? Para os cristãos, responde Francisco, os óculos adequados são os da Boa Notícia por excelência: o Evangelho de Jesus.

Temos uma esperança fundada na boa notícia que é Jesus. Para Francisco, esta esperança não pode deixar de moldar também o nosso modo de comunicar, com a persuasão de que é possível enxergar e iluminar a boa notícia presente na realidade de cada história e no rosto de cada pessoa. Quem se deixa conduzir pela Boa Notícia ilumina caminhos e abre novas sendas de confiança e esperança. Este é o chamado a todos os comunicadores para que sejam faróis na escuridão do mundo. (Silvonei José)








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