2017-05-26 17:29:00

Atentato contra cristãos coptas no Egipto provoca 28 mortos


Novo massacre de cristãos no Egipto. Pelo menos 28 coptas  que viajavam no Sul do País foram mortos por um grupo de homens armados que traziam trajes militares. De entre as vítimas há também crianças. Uma vintena os feridos, alguns em graves condições. O ataque ocorreu em Minya. Os assaltantes bloquearam o autocarro em que esses cristãos coptas viajavam, subiram a bordo e começaram a disparar enquanto um deles filmava o massacre, referiu um testemunha. Os copta estavam a ir em peregrinação ao Mosteiro de São Samuel. O atentado aconteceu a menos de dois meses do ataque ocorrido no Domingo de Ramos, quando os terroristas massacraram 48 fieis durante a Missa em Tanta e Alexandria.

D. Antonios Aziz Mina, bispo copto-católico emérito de Guizeh, lançou, através da Rádio Vaticano, um apelo ao G7 reunido em Taormina, Sul da Itália, a fim de que travem o tráfico de armas e de drogas e isolem os Países que apoiam os terroristas.

Sobre mais este massacre de cristãos no Egipto, que o Núncio Apostólico no Cairo, D. Bruno Musaró, define de vil, desprezível, o Padre comboniano, Alberto Sanches, interpelado no Cairo pelo colega Stefano Leszczynski disse:

“É uma situação que vai provocar ainda mais mal-estar na comunidade cristã, mas também na comunidade muçulmana, porque os nossos irmãos muçulmanos sofrem também por estes acontecimentos. Isto tem repercussões de insegurança e mal-estar para todo o Egipto.”

- Havia um grande entusiasmo logo após a visita do Papa pela possibilidade de iniciar um dialogo. Quem faz estes atentados quer atacar a vida do dialogo de forma muito directa?

“Sim, certamente. Mas não devemos esquecer que isto pode acontecer em qualquer lado. Vimos há poucos dias o que aconteceu em Manchester, e agora aqui no Egipto. Nenhum país está, portanto, fora do perigo do terrorismo. São pessoas com uma certa ignorância no que diz respeito à abertura, ao diálogo. Não se pode dialogar com um fundamentalista!”

- O que se pode dizer da zona onde aconteceu este novo atentado?

“É uma zona com uma forte presença cristã, onde a Igreja trabalha muito no âmbito social: cristãos e muçulmanos em diálogo; é, portanto, uma zona de forte integração. Há também pequenas células que fazem muito mal à sociedade”

- Aumenta o medo, portanto, na comunidade cristã do Egipto, mas também na sociedade muçulmana, por aquilo que podem ser as repercussões de uma situação de tensão em todo o país?

“Cresce o medo, a tensão e mesmo o desespero: no dia anterior ao início do Ramadan, este é um golpe mesmo para a sociedade islâmica, porque precisamente um dia antes das festividades, quando se de procura a fraternidade, o amor, o diálogo, a paz, precisamente um dia antes, acontece este atentado…”

- Poderia ser útil neste momento, uma declaração – por exemplo, da parte de al Azhar come centro representativo de um islão mais aberto?

“Na minha opinião, devem fazê-lo, devem esclarecer esta situação mesmo antes do inicio da festa: que o fundamentalismo não é parte da religião, não é do alcorão. Não é parte de uma região que impulsiona os valores de paz, de diálogo, de integração e de aceitação. Por isso, na minha opinião, al Azhar poderia também contribuir para criar esta ideia de abrir a mentalidade dos muçulmanos em todo o mundo a fim de que digam: “isto não faz parte do islão. A violência não é parte da a religião.” 








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