CCEE: não obstante crise na Europa se entreveem sinais de esperança


Bruxelas (RV) - “Na Europa, não obstante viva uma crise, existem muitos sinais de renascimento, uma renovação do compromisso a fim de construir com seriedade novas relações entre os povos do continente. Está nascendo novamente o desejo de criar um continente em que os países não sejam inimigos entre si, mas colaboradores e solidários uns com os outros. Tudo isso faz entrever uma esperança. Diz que o projeto europeu não é um sonho, mas tem a necessidade de ser sempre refundado.”

Foi o que disse à Agência Sir, nesta terça-feira (09/05), o Secretário-Geral do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), Dom Duarte da Cunha, dia em que o continente europeu celebra a Festa da Europa, no aniversário da declaração histórica de Schuman.

“A história que deixamos para trás nos faz entender que para criar a Europa, a economia e os interesses financeiros não bastam. Se não se cultiva a dignidade da pessoa, se não se valoriza a solidariedade entre os povos, se não se promove a integração e não se respeitam as diversidades culturais, o projeto europeu se torna algo construído nos planos elevados e imposto. Isso não funciona. E não só. Corre-se o risco de aumentar o desconforto, provocar insatisfações e sufocar a esperança. A crise que estamos atravessando pode servir para tomar consciência de que a Europa, para não morrer, precisa de valores mais elevados”, sublinhou ainda Dom Cunha.

Segundo o Secretário-Geral do CCEE, no continente europeu “as Igrejas estão conscientes da necessidade de que a Europa precisa de uma alma. Por isso, trabalham juntas para testemunhar uma dimensão religiosa e ética sem a qual a Europa não pode progredir”.

“É uma responsabilidade comum que está fortemente se desenvolvendo no âmbito ecumênico. Por outro lado, as Igrejas vivem a crise de uma sociedade que se secularizou e se distanciou de Deus. Mas por outro lado, constatam que no âmbito institucional e público aumenta a relevância da religião, o respeito pelos valores religiosos, a consciência de não relegar as religiões ao âmbito privado, mas para envolvê-las na ação e na esfera pública”, frisou.
“É uma responsabilidade para as Igrejas e para a própria Europa.” “Porque”, explicou Dom Cunha, “se a Europa não faz referência a um horizonte elevado, se não abre espaço para Deus, a dignidade da pessoa termina e o outro se torna um concorrente, um inimigo, um perigo potencial.” 

“Neste dia do aniversário em que recordamos a fundação europeia, gostaria de dizer às pessoas que vivem na Europa para abrirem o coração ao Senhor. Vocês encontrarão a plenitude da alegria sobre a qual construir um mundo novo”, concluiu.

(MJ)








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