Depois de mil anos, relíquias de São Nicolau retornam à Rússia


Roma (RV) - O histórico encontro entre o Papa Francisco e o Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill - realizado em Havana em 12 de fevereiro de 2016 - continua a dar seus frutos.

Cerca de mil anos após ter chegado à cidade italiana de Bari de quem é Padroeiro (o traslado remonta a 1087), uma relíquia de São Nicolau retornará à Rússia, onde permanecerá de 21 de maio a 28 de julho, primeiro em Moscou e após São Petersburgo. Depois de Nossa Senhora, São Nicolau é o Santo mais venerado na Igreja Oriental.

O fragmento de 13 cm de uma costela do lado esquerdo ("do lado do coração", como sublinharam os Padres dominicanos, que a custodiam), depois de ter sido submetido a um tratamento médico-científico especial, será conservado em uma teca e transferido em um voo privado - colocado à disposição pela Federação Russa - como informado nos dias passados pelo Arcebispo de Bari, Dom Francesco Cacucci, que fará parte da delegação que acompanhará a relíquia. Eis o que o prelado declarou à Rádio Vaticano:

"Tudo isto deve-se ao encontro do Papa Francisco com o Patriarca ortodoxo Kirill em Cuba, em 12 de fevereiro de 2016. Naquela circunstância o Patriarca de Moscou pediu ao Papa Francisco a possibilidade de ter, mesmo que temporariamente, um fragmento da relíquia de São Nicolau em Moscou. É preciso considerar que para a Igreja Ortodoxa Russa em particular, como também para toda a Igreja Ortodoxa - assim como para a Igreja Católica - São Nicolau tem um significado especial. Não somente no aspecto do ecumenismo, mas também pelo perfil do Santo da caridade, do Santo que protegeu a Rússia. Portanto, a presença das relíquias em Moscou tem um valor histórico. Por outro lado, desde que as relíquias de São Nicolau, os ossos de São Nicolau foram trazidos a Bari - naquela que nós festejamos como trasladação de Myra, atual Turquia - nunca saíram de Bari. Assim, o evento histórico deve-se ao desejo do Papa Francisco de responder positivamente a este pedido do Patriarca de Moscou. Não esqueçamos que são esperados milhões de peregrinos russos, e não só, que irão primeiro a Moscou e depois a São Petersburgo para venerar as relíquias de São Nicolau".

RV: Este gesto, portanto, poderia favorecer ainda mais o diálogo ecumênico?

"Sim. Gostaria de sublinhar que em 16 de dezembro passado, Festa de São Nicolau, veio a Bari o Patriarca Bartolomeu I. Foram dois dias muito intensos nos quais a sensibilidade ecumênica de Bartolomeu I, o seu amor por Bari, ficaram muito evidentes. Agora, que há distância de poucos meses se verifique este outro momento que se torna um momento de comunhão entre as duas Igrejas cristãs, mesmo que separadas, me parece ser um sinal realmente positivo que devemos acolher como um dom do Senhor".

(JE/FP)








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