O primeiro dia do Papa no Cairo: gratidão e amizade


Cairo (RV) – Como o slogan da visita anunciava, o Papa Francisco viveu seu primeiro dia no Egito como mensageiro de paz.

Este foi o tema recorrente de seus pronunciamentos nos três discursos programados: com o Reitor da Universidade Al-Azhar (primeira vez que um Papa visita esta instituição, que tem mais de mil anos de história), com o Presidente egípcio Al-Sisi e as autoridades locais e, por fim, com o Patriarca da Igreja copta, Papa Tawadros II.

Francisco denunciou as causas da violência no mundo, de modo especial a pobreza e a exploração, alertando para os “populismos demagógicos” que se aproveitam desta situação e lucram com isso, como a indústria armamentista.

“Que não faltem pão, liberdade e justiça social”, exortou o Papa, arriscando palavras em árabe nos três discursos.

Empenho comum

Com todos os líderes, o Pontífice invocou um empenho comum para combater as mazelas que ferem a humanidade. Com o Grande Imã, falou da defesa dos direitos humanos; com o Presidente al-Sisi, da educação das novas gerações; com o Patriarca copta, do ecumenismo da solidariedade e do sangue.

Contudo, o Papa não foi o único: de todos os anfitriões, ouviu palavras calorosas e o compromisso de uma profícua colaboração.

Gestos de amizade

Mas mais do que as palavras, os gestos e a cordialidade deram o tom desses encontros: com o Grande Imã, que foi recebido no Vaticano em 2016, a saudação foi de profunda comoção, agradecimento e reconhecimento. Com o líder copta-ortodoxo, foi um abraço não só de amigos, mas de verdadeiros irmãos.

O dia de Francisco não foi feito só de discursos. Houve um intenso momento de oração ecumênica na igreja de São Pedro, em memória também das vítimas do terrorismo. E a assinatura de uma declaração conjunta entre coptas-ortodoxos e católicos. Entre outros pontos, se reconhece a validade do batismo de ambas as partes a quem quiser passar de uma igreja a outra.

Dimensão pastoral

Missão cumprida para este primeiro dia, que englobou duas das três dimensões desta viagem: inter-religiosa e ecumênica. Já o sábado será inteiramente dedicado à pequena comunidade católica local: a missa pela manhã com os fiéis e, à tarde, o encontro com os consagrados, consagradas, sacerdotes e seminaristas.

Do Cairo para a Rádio Vaticano, Bianca Fraccalvieri








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