Migrantes do Mediterrâneo ganham fôlego com o Telefone de Alarme


Cidade do Vaticano (RV) – Um tipo de central telefônica, com sede na Alemanha, está há seis meses ajudando a coordenar todas as ligações recebidas pelas embarcações do Mediterrâneo com pedidos de emergência. O projeto chamado “Alarm phone” (o Telefone de Alarme) não é um número de resgate, mas um contato de alarme para apoiar operações do gênero. O serviço oferece uma maior mobilização - e em tempo real - do SOS feito pelos tripulantes de barcos afetados no mar.

A linha direta emergencial para suporte a migrantes e refugiados em perigo no mar está ativa graças a um grupo de 30 pessoas que falam a mesma língua de quem faz a ligação. Os voluntários, que fazem parte de redes independentes de solidariedade, estão espalhados pelos países europeus, classificando os pedidos de ajuda para a Guarda Costeira da Itália e de Malta e também recolhendo informações para fazer o trabalho de amparo legal, sensibilização e denúncia.

O Telefone de Alarme está envolvido ativamente nas três regiões pelas quais os migrantes e refugiados tentam atravessar para chegar à União Europeia: o Mar Egeu (entre a Grécia e a Turquia), o Mediterrâneo Central (entre a Líbia/Tunísia e Itália) e o Mar Mediterrâneo do Oeste (entre o Marrocos e a Espanha). Segundo a agência de notícias Sir, porém, o último dossiê sobre o tema documenta um “bloqueio dos migrantes” por parte da Europa em alguns países africanos, que causa uma série de violações aos direitos humanos.  

O Padre Mussie Zerai é um dos promotores do Telefone de Alarme. Em entrevista à Sir, ele comentou que “os fluxos não param e, por isso, a resposta não é a repressão, muros, fechamentos e arame farpado. Aquilo que a Europa não quer entender é que é preciso ir até a raiz do problema: lá onde há conflitos, injustiças, violações de direitos é que precisa de soluções”.

O Pe. Zerai acrescenta que, “invés de gastar milhões e bilhões em mecanismos de defesa, gastemos para criar contextos de vida digna, de segurança nos países de origem e nos países vizinhos que já acolhem centenas de milhares de refugiados”. O Telefone de Alarme, segundo o próprio site oficial, explica que o projeto visa “criar um espaço Mediterrâneo de solidariedade mútua com fronteiras abertas para todas as pessoas”. (AC) 








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