Espírito Santo, o compreenderemos somente no Paraíso


Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a falar sobre a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, tratando na edição de hoje das "definições do Credo sobre o Espírito Santo".

 

O Concílio Vaticano II abriu um novo horizonte de valorização de uma Teologia do Espírito Santo. O documento Lumen Gentium, por exemplo, fala da dimensão carismática da Igreja, juntamente com aquela institucional e hierárquica, insistindo na importância dos carismas.

"Quem olha para a história da época pós-conciliar - dizia Bento XVI na Quinta-feira Santa de 2012 - pode reconhecer a dinâmica da verdadeira renovação, que muitas vezes assumiu formas inesperadas em movimentos cheios de vida e que torna quase palpável a vivacidade inesgotável da Santa Igreja, a presença e a ação eficaz do Espírito Santo".

Na edição de hoje deste nosso espaço, Padre Gerson Schmidt nos fala sobre "as definições do Credo sobre o Espírito Santo":

“Raniero Cantalamessa falou que a nova abordagem sobre o Espírito Santo é o grande presente do Concílio Vaticano II Na primeira pregação do Advento último, comenta as três grandes afirmações do Credo sobre o Espírito Santo. 1. “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida”. 2. “... e procede do Pai (e do Filho) e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”. 3. "... e falou pelos profetas". Já comentamos a primeira e introduzimos a segunda. Hoje continuamos nossa abordagem da segunda afirmativa do credo: 2. “... e procede do Pai (e do Filho) e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”.

O Espírito Santo, apesar de tudo, será sempre o Deus escondido, mesmo se conhecemos os efeitos. Ele é como o vento: ninguém sabe de onde vem e para onde vai, mas vemos os efeitos da sua passagem. É como a luz que ilumina tudo o que está à frente, ficando ela própria escondida.

Por isso é a pessoa menos conhecido e amada das Três, apesar de ser o Amor em pessoa. É mais fácil a gente pensar no Pai e no Filho como “pessoas”, mas é mais difícil para nós o Espírito. Não existem categorias humanas que podem ajudar-nos a compreender este mistério do Espírito Santo.

Para falar de Deus Pai nos ajudamos da filosofia que trata da causa primeira (o Deus dos filósofos); para falar do Filho temos a analogia da relação humana pai-filho e temos também a história, já que o Verbo se fez carne, morreu e ressuscitou por nós. Para falar do Espírito Santo só temos a revelação e a experiência. A própria Escritura fala dele servindo-se quase sempre de símbolos naturais: a luz, o fogo, o vento, a água, o perfume, a pomba.

Cantalamessa diz que compreenderemos totalmente quem é o Espírito Santo só no paraíso. Na verdade, o viveremos em uma vida que não terá fim, em um aprofundamento que nos dará alegria imensa. Será como um incêndio muito doce que inundará a nossa alma e a encherá de bem-aventuranças, como quando o amor invade o coração de uma pessoa e que se sente feliz".

 

 








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