Cristãos não se deixaram intimidar, diz porta-voz da Ig. Católica no Egito


Cairo (RV) – A situação “no momento é calma”, os fiéis “enchem as igrejas”. Não obstante os ataques, “não se deixaram intimidar”.  Não existe “um clima de medo”, ainda que esteja muito presente “um sentimento de forte preocupação”. É o que descreve à Agência Asianews o porta-voz da Igreja Católica no Egito, Padre Rafic Greiche.

O sacerdote explica que para a Páscoa,  “as celebração e os ritos litúrgicos realizam-se regularmente”, ao mesmo tempo que outros eventos foram cancelados, como o acolhimento a parlamentares e representantes de instituições, festas e outros eventos públicos”. Uma escolha – sublinha o sacerdote – que vai de encontro ao sentimento geral “de respeito e de pesar pelas vítimas”.

Policiais armados estão guardando as entradas da Igreja de São Marcos, deixando passar somente os fiéis que habitualmente frequentam  o templo e são conhecidos da comunidade.

Em todas as grandes cidades do país, as áreas onde existem igrejas são fortemente vigiadas. Apesar disto, diversas dioceses, especialmente no Alto Egito, cancelaram as celebrações da Páscoa. Os rituais limitam-se a “simples orações”.

“Os cristãos não estão assustados – assegura o porta-voz da Igreja Católica no Egito. No fundo, estamos habituados às violências, vivemos como mártires. Não existe medo, mas uma espécie de preocupação por aquilo que poderá acontecer, por uma possível escalada na violência”.

Os ataques das últimas semanas, no entanto, relançaram o “pensamento de fuga, de migração, sobretudo entre os cristãos mais abastados”, entre as famílias de classe média e alta que podem “permitir-se tal escolha”.

O governo egípcio – afirma Padre Rafic – “está dando o seu melhor”, mas proteger igrejas e lugares de culto com militares e policiais não basta. É necessário mais do que isto para prevenir o terrorismo, e neste contexto é fundamental o trabalho de inteligência. Somente assim poderão ser prevenidos novos ataques”.

Além da Páscoa, o pensamento da comunidade cristã é dirigido também à iminente visita do Papa Francisco ao Egito.

Os responsáveis estão avaliando o programa para garantir a segurança do Pontífice e dos fiéis, mas permanece “a felicidade das pessoas que, mesmo preocupadas, desejam ver o Papa de perto”.

“Depois do período de escuridão, existe sempre uma vida nova. Não é preciso ter medo, mas estar sempre preparados”.

“Para os fiéis – conclui o sacerdote – é natural ser mais fortes do que o medo. E aos cristãos no Ocidente e no mundo, digo para virem ao Egito, como peregrinos e turistas, para nos apoiar e nos fazer sentir a proximidade de vocês”. (ASIANEWS/JE)








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