A renovação da Páscoa pelo Concílio Vaticano II


Cidade do Vaticano (RV) – No nosso espaço memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos concluir nesta edição, as reflexão da Quaresma, abordando o tema “a renovação da Páscoa pelo Concílio”.

Dedicamos os programas da Quaresma deste nosso espaço, às ligações existentes entre o tema proposto pela Campanha da Fraternidade 2017, documentos conciliares e pronunciamentos de vários Pontífices. No programa de hoje, Padre Gerson Schmidt traz a reflexão conclusiva, abordando o tema “a renovação da Páscoa pelo Concílio”:

“A Páscoa foi recuperada pela Igreja e foi selada pelo Concílio Vaticano II. Pe. Pedro Farnés, jovem e recém-formado no Instituto Pastoral de Liturgia de Paris, que foi a fonte de onde nasceu toda a renovação, com homens fantásticos como foram Dom Botte e Boyer e toda essa gente que são os que prepararam o Concílio. Muita gente escutou Farnés e se escreveu milhares de livros depois do Concilio, mas verdadeiramente não se entendeu ainda o que é a Páscoa.

Nesses 40 dias, o mistério da quaresma que trilhamos em preparação imensa para a Páscoa é para que ela se realize em nós, em ti, em mim. Para que cada um de nós possa experimentar a glorificação à qual Deus leva o ser humano. E vemos a missão da Igreja, que será sem ruga e sem mancha; que será conduzida de ser gente pecadora e escrava, como o povo de Israel, a poder ter uma missão imensa de luz, de direção da história, de Páscoa, de passar para a alegria plena.

Jesus Cristo desejou ardentemente comer a Páscoa com seus discípulos, antes de sofrer. Assim será colocado por São João e será entendido por todos os evangelistas. Quando cada família de Israel leva seu cordeiro ao templo para matá-lo e depois o leva para casa para o Seder Pascal, Cristo está morrendo na cruz. Tudo para ver que Deus intervém na história, conduz a história, e na noite da Páscoa traz todo o passado para o presente; mas não para uma simples recordação, mas para alimentar o presente com os acontecimentos do passado, para que se realizem agora em nós, e nos abram para a esperança de um futuro maravilhoso.

A Páscoa não pode ser comparada com nenhuma Missa, nem com nenhuma vigília de oração, nem com nada; é todo um memorial junto com o qual o próprio Deus se empenhou para realizar esta Aliança que prometeu a Abraão e os profetas. A Páscoa não é uma missa de meia noite, mas algo muito maior. É Deus que passa. Nós não celebramos a Páscoa ou ir à Páscoa ou dar algo a Páscoa. É a páscoa que vem com potência a nós. Deus irrompe e o poder da sua passagem (Páscoa) convida-nos a sair de nosso Egito interior, de nossas trevas, de nossos pecados, nossas angústias, para passar da escravidão à liberdade, da tristeza à alegria. É a páscoa que Jesus Cristo fez. Agora, a Páscoa vem para ser celebrada em nós.

A festa pascal é o lugar onde tudo converge e a fonte da qual tudo emana. Todo o culto cristão não e nada mais que uma celebração continuada da Páscoa. Como o sol, que não cessa de levantar-se sobre a terra, atrai para sua órbita todos os astros, a noite da Páscoa é rodeada por todas as eucaristias que continuamente e diariamente, a cada minuto, são celebradas em toda a terra, porque participam da Páscoa, assim como participam todos os sacramentos. São celebrações da grande Páscoa, do Mistério Pascal. Somos todos filhos desta Igreja que redescobriu o valor e o sentido da Páscoa. O movimento litúrgico, bíblico e toda a renovação conciliar trouxeram esse dinamismo a Páscoa, para colocar em movimento a História e o mundo. Na Páscoa, todas as coisas são renovadas em Cristo”.








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