Unidade dos cristãos: Mov. Focolares reafirma compromisso com ecumenismo


Cidade do Vaticano (RV) - "Com todas as nossas forças gostaríamos de apoiar as Igrejas no esforço para chegar à plena e visível comunhão e servir juntos a humanidade. Creio que é necessário uma conversão do coração, isto é, começar a pensar ecumenicamente".

Assim a Presidente do Movimento dos Focolares, Maria Voce, resume em uma entrevista as motivações da Declaração de Ottmaring, na qual é expresso o renovado compromisso ecumênico do movimento, que encontra ainda mais vigor nos gestos e palavras do Papa Francisco, como a participação no encontro de Lund, na Suécia, ou a visita à Igreja anglicana de Todos os Santos no domingo (26/02), em Roma.

Na declaração, os Focolares asseguram que farão "todo o possível" para que as suas atividades, iniciativas ou reuniões, a nível internacional e especialmente local, "sejam fundamentadas por uma atitude aberta e fraterna entre os cristãos".

Como movimento mundial, ao qual aderem cristãos de muitas Igrejas, e que já vive por isto a experiência de um povo cristão unido pelo amor recíproco, "nos sentimos interpelados em modo particular - prossegue o texto - pelo convite expresso por esta declaração".

Portanto, "reconhecemos no encontro de Lund um verdadeiro Kairós, um sinal de Deus para o nosso tempo que leva os cristãos a empenharem-se ainda mais para que o Testamento de Jesus, "de que todos sejam um", se realize.

Neste sentido, a promessa de um esforço "na comunhão entre movimentos e comunidades cristãs em todo o mundo, em modo particular na rede ecumênica 'Juntos pela Europa', por meio da qual confiar a Deus "o caminho das nossas Igrejas, para que se acelerem os passos rumo à celebração comum no único cálice".

A declaração foi divulgada ao final do Conselho Geral dos Focolares, realizado nos dias passados no Centro Ecumênico de Ottmaring, próximo à Augsburg, tradicional retiro anual caracterizado por dias de oração e trabalho.

Uma ocasião importante durante a qual os participantes aprofundaram um tema muito caro aos focolares: a unidade dos cristãos.

Desde quando, em 1961, Chiara Lubich - justamente na Alemanha - abriu o movimento ao diálogo ecumênico, este promove um "diálogo da vida", que vê uma colaboração frutuosa com mais de trezentas Igrejas e comunidades eclesiais.

Há quase cinquenta anos, nesta "cidadela", os Focolares estão empenhados, junto à Associação da Vda Comum, a dar testemunho da profunda comunhão que, para além das divisões até agora existente entre as Igrejas, une os cristãos no único Corpo de Cristo.

Em Ottmaring se respira o espírito ecumênico da vizinha Augsburg onde, em 1999, a Federação Luterana Mundial e a Igreja Católica - assinando a Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação - deram um passo importante e repleto de significado para superar diferenças teológicas ainda abertas.

"Neste ano, em que se comemora os 500 anos da reforma de Lutero - afirma-se na Declaração de Ottmaring - foi de particular importância o encontro de 31 de outubro passado em Lund, na Suécia, entre a Igreja Católica romana e a Federação Luterana Mundial, onde a declaração conjunta atesta a confiança recíproca, convidando as comunidades "a crescer ulteriormente na comunhão radicada no Batismo" e "a testemunhar juntos o Evangelho de Jesus Cristo", sendo assim mensageiros fieis do "amor imenso de Deus por toda a humanidade".

O texto - acompanhado de uma carta de Maria Voce, foi enviado ao Papa Francisco, ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, ao Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, ao Bispo Presidente da Federação Luterana Mundial, Munib Younan, ao Secretário Geral Martin Junge, ao Secretário Geral do Conselho Mundial de Igrejas, Rev. Olav Fykse Tveit, entre outros, como expressão de renovado compromisso ecumênico.

Segundo Maria Voce, "hoje não faz mais sentido que os cristãos se apresentem fragmentados. Já influenciam pouco e influenciarão sempre menos se não estiverem unidos para testemunhar o único Evangelho, o mandamento do amor recíproco. E se nós cristãos - acrescentou a Presidente dos Focolares - não soubermos dar este testemunho, o mundo não poderá encontrar Deus, porque não poderá encontrar Jesus que está presente onde estão os cristãos unidos no amor recíproco. Se o encontramos - conclui - nascerá neles a fé, mudarão as atitudes, o modo de comportar-se, mudará a busca da paz e de soluções de justiça, o compromisso com a solidariedade entre os povos".

(JE - L'Osservatore Romano)








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