O Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho e com Eles é adorado e glorificado


Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a falar sobre a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito Santo.

Vamos continuar no programa de hoje a refletir sobre o Espírito Santo. No programa passado, o Padre Gerson Schmidt aprofundou a reflexão do Pregador da Casa Pontifícia, Frei Raniero Cantalamessa, na pregação de Advento ao Santo Padre e à Cúria, falando sobre a primeira afirmação dogmática sobre a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade: "senhor que dá a vida".

Na edição de hoje deste nosso espaço, o sacerdote incardinado na Arquidiocese de Porto Alegre nos apresenta a segunda afirmação do Credo: "e procede do Pai (e do Filho) e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado". Vamos ouvir:

"“Segunda definição do credo: “... e procede do Pai (e do Filho) e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”.

Passemos agora à segunda grande afirmação do credo sobre o Espírito Santo. Até agora, o símbolo de fé nos falou da natureza do Espírito, não ainda da pessoa; nos disse o que é, não quem é o Espírito; falou-nos sobre o que é comum ao Espírito Santo, ao Pai e ao Filho – o fato de ser Deus e de dar a vida.

Com a presente afirmação se passa ao que distingue o Espírito Santo do Pai e do Filho. O que o distingue do Pai é que procede; o que o diferencia do Filho é que procede do Pai e não por geração, mas por inspiração; para expressar-nos em termos simbólicos, não como o conceito (logos) que procede da mente, mas como o sopro que procede da boca.

É o elemento central do artigo do credo, aquele com o qual se pretendia definir o lugar que ocupa o Paráclito na Trindade. Isso nos diz que o Espírito Santo não é um parente pobre na Trindade. Não é um simples "modo de agir" de Deus, uma energia ou um fluido que permeia o universo como pensavam os estóicos; é uma "relação subsistente", portanto, é uma pessoa.

Não tanto a "terceira pessoa do singular", mas sim "a primeira pessoa do plural". O "Nós" do Pai e do Filho . Quando, para expressar-nos de modo humano, o Pai e o Filho falam do Espírito Santo, não dizem “eles”, mas dizem “nós”, porque ele é a unidade do Pai e do Filho. Aqui se vê a fecundidade extraordinária da intuição de Santo Agostinho para o qual o Pai é aquele que ama, o Filho o amado e o Espírito o amor que os une, o dom mútuo. Sobre isso está baseada a crença da Igreja ocidental, segundo a qual o Espírito Santo procede “do Pai e do Filho”".

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[1] f H. Mühlen, Der Heilige Geist als Person. Ich - Du - Wir, Aschendorff, Münster in W. 1963. Il primo a definire lo Spirito Santo il «divino Noi» è stato S. Kierkegaard, Diario II A 731 (23 aprile 1838).

 

 








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