Bispo indiano no Dia da justiça social: colocar o homem acima do lucro


Mumbai (RV) - O “Dia mundial da justiça social” seja ocasião para recolocar o homem acima do lucro. Foi o que disse na segunda-feira, 20 de fevereiro – data em que foi celebrado este Dia –, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Mumbai, na Índia, Dom Allwys D’Silva, ao pronunciar-se a propósito da celebração instituída em 2007 pelas Nações Unidas.

Engajado há anos no campo social, dos diretos humanos e da defesa do ambiente, o prelado ressalta que “hoje o mundo está repleto de conflitos e divisões”. Daí, observa, a importância da justiça social como “princípio de base para a paz e a coexistência pacífica entre as nações”, reporta a agência missionária AsiaNews.

Prevenir o conflito e defender a paz mediante um trabalho digno

A edição deste ano teve como tema “Prevenir o conflito e defender a paz mediante um trabalho digno”.  A celebração foi criada pela Onu com o objetivo de enfrentar a nível global questões como pobreza, exclusão, emprego, igualdade de gênero, aceso ao bem-estar social e à justiça para todos.

Para este fim a Onu convidou todos os Estados a promover objetivos e finalidades do Encontro mundial para o desenvolvimento social.

Entre esses, defender a importância do trabalho; construir sociedades fortes; aumentar a consciência; colaborar com o sistema das Nações Unidas e de outros atores comprometidos para construir estratégias de ação efetivas.

Justiça social aumenta quando barreiras entre os povos são removidas

O bispo auxiliar de Mumbai, que é também secretário do Departamento para a mudança climática e do Setor para o desenvolvimento humano da Federação das Conferências episcopais asiáticas, defende:

“Apoiamos os princípios da justiça social quando promovemos a igualdade de gênero ou os direitos das populações indígenas e dos migrantes. Fazemos crescer a justiça social quando removemos as barreiras entre os povos, (baseadas em) divisões de gênero, idade, raça, pertença étnica, religião ou cultura.”

Segundo o bispo, “quando apoiamos a igualdade, as divisões e os conflitos desaparecem. Por conseguinte, o mundo de hoje deve lutar pela igualdade e a justiça social”.

A violência é muitas vezes resultado de desigualdades

Dom D’Silva considera que “a violência é muitas vezes o resultado das desigualdades. Não há melhor exemplo do que no setor econômico. Quando poucos comem a maior parte de um bolo, enquanto ao restante é deixado somente uma pequena fatia, é ai que se criam margens para a violência eclodir nas ruas”.

Na Ásia, “o desemprego é muito difuso. Por isso devemos repensar com atenção nossas estruturas econômicas que têm o lucro como único objetivo”, continua ele. “Na vida de todos os dias não se toma em consideração a compaixão por nossos irmãos e irmãs. Por isso mesmo devemos colocar o homem acima do lucro”, conclui o prelado indiano. (AsiaNews / RL)








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