Cardeal Koch: ecumenismo dos santos, cultural e da ação prática


Cidade do Vaticano (RV) - A Declaração comum assinada pelo Papa Francisco e pelo Patriarca Kirill em Cuba é “um início e não um fim”. Um documento que marca uma “etapa, uma etapa certamente decisiva, mas que é testemunho de um certo estádio do nosso caminho rumo à unidade”.

Foi o que disse o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, em pronunciamento este domingo (12/02) numa conferência promovida pelo Instituto de estudos ecumênicos da Universidade em Friburgo, na Alemanha, à distância de um ano do encontro de Havana.

“Como todos os eventos históricos, é preciso tempo para que a Declaração comum possa dar todos os seus frutos”, disse o cardeal suíço. Em seguida, o purpurado delineou para o futuro três “possíveis direções” para o caminho do diálogo que emergem da Declaração: o ecumenismo dos santos, o ecumenismo cultural e o ecumenismo da ação comum.

O ecumenismo dos santos é praticável graças à veneração que as Igrejas ortodoxa e católica têm em comum por alguns santos e “os santos de nossas Igrejas, já unidos no céu, são nossos melhores guias e intercessores para realizar a unidade entre nós”, disse o Cardeal Koch.

Além disso, há o ecumenismo cultural que impele as duas Igrejas a um maior conhecimento recíproco. Um sinal deste ecumenismo é as visitas recíprocas que delegações de jovens sacerdotes ortodoxos e católicos fizeram no ano passado a Roma, Moscou e São Petersburgo; iniciativas no campo da arte sacra com concertos conjuntos dos corais da Sistina e do Patriarcado de Moscou, bem como a exposição “Roma Aeterna” organizada em Moscou.

Por fim, o ecumenismno “prático” chama em causa o compromisso comum em favor das Igrejas do Oriente Médio. Insere-se nesse diálogo a visita de uma delegação católica-ortodoxa à Síria, realizada nos dias 6 e 7 de abril do ano passado, e outras iniciativas em vista que poderão envolver as famílias e os jovens.

Em seguida, o presidente  do dicastério vaticano para a unidade dos cristãos concluiu recordando o documento aprovado em 2016 em Chieti – Itália – pela Comissão mista de diálogo sobre Sinodalidee e Primado.

“Trata-se do primeiro documento desta comissão aceito pela Igreja russa desde o tempo de Balamand 1993 e me leva a pensar que o fato de ter sido possível, justamente no ano do encontro em Havana, não foi indubitavelmente uma casualidade”, ponderou o Cardeal Koch. (Sir / RL)








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