Igreja católica no Camboja: por uma cultura da misericórdia


Phnom Penh (RV) - “Deus está aqui, em nosso país, e se faz presente nos pequenos, nos mais pobres, nos portadores de graves deficiências, nos sem-terra, nos migrantes, em nossas famílias, por vezes divididas por causa da infidelidade, jogo de azar, violência e droga. Deus está em nossos lugares de trabalho marcados por rancores destrutivos e poder. Ele nos convida a tornar-nos construtores de uma cultura da misericórdia, a promover ‘a revolução da misericórdia’.”

É o que se lê na Carta pastoral do vigário apostólico de Phnom Penh, no Camboja, Dom Olivier Michel Maria Schmitthaeusler, endereçada à comunidade católica que viveu um ciclo de “três anos de caridade”, concluídos na celebração do Jubileu da Misericórdia.

Redescobrir o encontro com os outros

“Somos chamados a promover uma cultura de misericórdia baseada no redescobrir o encontro com os outros, numa cultura em que ninguém olha para o outro com indiferença ou foge do sofrimento dos irmãos. As obras de misericórdia são uma espécie de produtos artesanais, no sentido que são feitas pelas mãos dos homens e nenhuma é feita do mesmo modo”, explica o prelado na carta difundida pela Fides.

“Deus as inspira todas elas, e todas são do mesmo estilo e material, mas cada uma assume uma forma diferente. Esse é o tempo da misericórdia. Cada dia da nossa viagem é marcado pela presença de Deus que guia nossos passos com a força do Espírito e a derrama em nossos corações para torná-los capazes de amar”, lê se ainda.

Falta às novas gerações a transmissão dos valores tradicionais

Olhando para o contexto nacional, Dom Schmitthaeusler recorda que, após o regime, “a instrução, a cultura, a religião e a economia foram em grande parte destruídas. Hoje, 60% da população tem menos de 22 anos. Estas jovens gerações nasceram de pais que viveram as dificuldade da sobrevivência” e em tempos em que “houve uma ruptura na transmissão dos valores tradicionais”.

As novas gerações cresceram olhando para modelos de famílias na TV ou nas mídias sociais, baseadas no consumo, egoísmo e individualismo. Por isso é importante, hoje, “oferecer aos jovens um bom modelo de família”, explica a Carta pastoral.

A pobreza é raiz de violência, droga, álcool e dependência

-Por fim, o prelado se detém sobre a pobreza que “é raiz de violência, droga, álcool e dependência do jogo. Através de ongs católicas e grupos caritativos em cada paróquia, tentamos dar dignidade às famílias mais pobres para ajudar a construir suas vidas, a encontrar um trabalho, a mandar os filhos para a escola e a ser capazes de cuidar deles”. (Fides – RL)








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