Bispos panamenhos: tutela dos menores e combate à corrupção


Cidade do Panamá (RV) - Tutela dos menores e combate à corrupção: esses foram os pontos focais da 205ª Assembleia Plenária ordinária realizada pela Conferência Episcopal do Panamá (CEP), de 9 a 13 passados. No documento final difundido ao término dos trabalhos, os bispos reiteram, em primeiro lugar, a necessidade de “proteger os menores, especialmente os mais vulneráveis”.

Tolerância zero aos abusos contra menores perpetrados por sacerdotes

Recordando o que escreveu o Papa Francisco na Carta aos bispos em 28 de dezembro de 2016, Festa dos Santos Inocentes, os prelados panamenhos exortam a “defender e proteger com coragem a vida das crianças da sede de poder dos novos Herodes, que lhes rouba a inocência”.

Em particular, os bispos ressaltam a gravidade de chagas sociais como “o trabalho de menores, a escravidão, a prostituição, a exploração, as migrações forçadas, as máfias e os mercados de morte” que afligem a infância. Daí, o premente apelo à “tolerância zero diante de abusos contra menores perpetrados por sacerdotes”.

Trata-se de “um pecado pelo qual a Igreja pede perdão”, lê-se no documento em que se reitera também a necessidade de se “tomar as medidas necessárias para proteger os menores de tais crimes”.

Não à ideologia de gênero

Sempre pensando nos menores e, mais em geral, nos jovens, a CEP olha “com muita preocupação para as tentativas de impor, no sistema educacional, a ideologia de gênero”, uma espécie de “nova colonização levada adiante por organismos internacionais que condicionam as ajudas econômicas aos países em desenvolvimento a fim de impedir-lhes a liberdade e soberania”.

Por isso, os prelados reiteram que os pais têm “o direito e o dever de ser os primeiros e principais educadores de seus filhos, inclusive no plano sexual e moral”. Daí, o empenho da Igreja no Panamá em “defender uma lei sobre a educação sexual que forme os adolescentes sem violentar sua dignidade com noções reducionistas sobre uma sexualidade banalizada e empobrecida”.

Questão educacional seja prioridade do país

Mas a questão educacional vai também além de tal âmbito específico: efetivamente, os prelados afirmam que o sistema está “em colapso” e lançam um alarme contra o “abandono escolar” que repercute em toda a sociedade e pedem que se recupere “um ideal de educação entendida como missão e serviço”, o que implica “vocação e não a redução a uma mera profissão”.

Ao mesmo tempo, as instituições governamentais são chamadas a garantir aos jovens “uma formação integral, não somente acadêmica, mas também humana e espiritual”. “O problema educacional é uma prioridade e se não for entendido como tal, levaremos o país a um suicídio social, político e econômico”, ressalta a Igreja panamenha.

Combate à corrupção: recuperar ética e moral

Ademais, o documento final dos bispos panamenhos tem a corrupção como tema central: uma chaga que decorre da falta de ética e de moral vivida em todos os níveis da sociedade e que leva a “uma perigosa espiral de confrontos” sociais.

Por isso, os prelados auspiciam a assunção de responsabilidade por parte de toda a coletividade, de modo a “abrir-se às exigências da solidariedade e do bem comum” e a “recuperar a ética e a moral” necessárias para combater os sistemas corruptos.

“Não podemos continuar olhando para o outro lado – adverte a CEP. A pátria é um bem comum que requer a responsabilidade de todos, e o país não merece viver uma experiência tão dolorosa” como a corrupção.

Preparativos para a JMJ de 2019

Por fim, a Conferência Episcopal olha já para 2019, quando o país centro-americano acolherá a 34ª Jornada Mundial da Juventude, “experiência de comunhão eclesial entorno da figura do Santo Padre”.

Em vista deste importante evento, os prelados exortam os fiéis a “intensificar as orações a fim de que a JMJ abra os corações” das pessoas ao acolhimento de tantos jovens que chegarão ao país.

A propósito de juventude, de 2 a 5 de fevereiro próximo vai se realizar em Chitré o 38º Encontro nacional juvenil panamenho, centralizado na formação dos jovens, a fim de que sejam “discípulos e missionários da misericórdia do Pai”. (RL)








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