REPAM faz apelo em defesa do povo indígena Shuar, do Equador


Cidade do Vaticano (RV) - A REPAM, Rede Eclesial Pan-amazônica, lança mais um apelo em favor do povo indígena Shuar do Equador, que está sendo expulso da comunidade Nankints, na província de Morona Santiago, onde o consórcio chinês Ecuacorrientes S.A. quer incrementar suas atividades extrativas.

Em comunicado divulgado à imprensa, a Rede manifesta a sua preocupação e denuncia episódios recentes que afetam a população Shuar em favor da política de exploração dos bens naturais e dos interesses econômicos da empresa chinesa, que violam gravemente os direitos humanos e a proteção do ecossistema. 

“Compreendemos a intenção de desenvolvimento das mulheres e dos homens do Equador, mas a solução para isto não é a ilimitada extração de recursos minerários em espaços frágeis e vulneráveis, pois a pobreza que aparentemente se combate retornará a estes territórios de forma ainda mais dramática”. 

O pedido do Papa

A REPAM recorda ainda as palavras proferidas pelo Papa Francisco em sua visita ao Equador, quando pediu o respeito pelos direitos das populações e de modo especial, a consulta livre e prévia, o diálogo e o fim de atos de força e violência. 

A Rede Eclesial Pan-amazônica é uma plataforma composta por vários referentes da Igreja Católica (instâncias locais, nacionais, regionais e internacionais, bispos, sacerdotes, religiosas-os, congregações, instituições, comissões, equipes especializadas e missionários-as) que trabalham no acompanhamento e na defesa integral de territórios, grupos vulneráveis (especialmente povos indígenas e outras minorias), seus direitos, na promoção da fé e do diálogo de saberes, e que encoraja alternativas de vida em sintonia com as perspectivas dos povos e comunidades que habitam no território pan-amazônico. 

Apelo anterior 

Também a Rede “Igrejas e Mineração”, em 21 de dezembro passado, pediu “a defesa da vida e dos direitos humanos do povo indígena Shuar, do Equador”. Há tempos, a Rede trabalha ao lado deles com o método da não-violência ativa, denunciando também o assassinato das lideranças José Tendentza e Freddy Taish, para os quais ainda não se encontraram os culpados.

“A expulsão das populações é resultado da política extrativa do Governo equatoriano que, em aliança com o consórcio chinês Ecuacorrientes S.A., quer desenvolver o projeto minerário Panantza-San Carlos na província de Morona Santiago”.

Segundo a Rede, a comunidade indígena estava disponível ao debate, mas viu seus territórios serem ocupados com violência, a declaração do Estado de exceção e a militarização da área: ‘uma resposta totalmente inapropriada”.

(Repam-CM)

 








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