Cresce número de menores que chegam à Itália desacompanhados


Cidade do Vaticano (RV) - No ano passado, 25,8 mil menores desacompanhados ou separados de seus pais chegaram à Itália pelo mar, mais do que o dobro na comparação com 2015. O alerta é do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

Entre todas as crianças que alcançaram a costa italiana como refugiadas ou migrantes, 91% estavam desacompanhadas. O gerente de emergências do Unicef, Lucio Melandri, afirma esta é uma "tendência alarmante do grande número de crianças vulneráveis que estão arriscando suas vidas para chegar à Europa".  

Africanos

A maioria dos menores era da Eritreia, do Egito, de Gâmbia e da Nigéria. Meninas e crianças mais novas conseguiram chegar à Itália pelo mar, mas o Unicef notou principalmente a presença de garotos adolescentes entre 15 e 17 anos.

A agência da ONU lembra que as garotas desacompanhadas têm maior risco de sofrer exploração e abusos, incluindo exploração sexual por gangues criminosas.

O Unicef conversou com várias meninas em Palermo, que confirmaram terem sido forçadas a se prostituírem na Líbia, como forma de pagamento pela travessia de barco no Mediterrâneo. Já a maioria dos meninos foram forçados ao trabalho manual na Líbia.

Rota

A rota central do Mediterrâneo, com os barcos saindo do norte da África em direção à Itália, é "única devido à alta proporção entre os refugiados de crianças desacompanhadas ou separadas de seus pais".

Na comparação com as crianças migrantes ou refugiadas que chegam à Grécia, apenas 17% são encontradas sem os familiares.

Mortes

O Unicef recomenda algumas medidas para a proteção desses menores de idade, como o fim da detenção das crianças que pedem o status de refugiados, manter as famílias unidas, fornecer serviços de saúde e promover o combate à xenofobia, discriminação e marginalização.

Também nesta sexta-feira, a Organização Internacional para Migrações, OIM, divulgou um balanço do total de migrantes que entraram na Europa pelo mar entre os dias 1 e 12 de janeiro: foram mais de 1,1 mil, além de 27 mortes registradas.

A maioria alcançou a Itália e a Grécia via Mar Mediterrâneo. O total de chegadas foi 95% menor do que o registrado no mesmo período em 2016, quando 22.590 migrantes chegaram aos dois países.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque. 








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