Venezuela: Mesmo com diálogo suspenso, Vaticano mantém mediação


Cidade do Vaticano (RV) – A Chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, assegurou na sexta-feira que reuniu-se com Dom Claudio Maria Celli, delegado do Vaticano no diálogo entre governo e oposição. As conversações – atualmente suspensas - buscam superar a crise no país.

“Mantivemos uma reunião com Dom Celli, enviado do Papa para acompanhar o diálogo pela paz e a estabilidade (...). O diálogo é o único caminho para a democracia”, afirmou Rodríguez em sua conta Twitter. A Chanceler acrescentou que o Papa Francisco “mantém seu compromisso com o diálogo na Venezuela”.

Governo e oposição iniciaram o diálogo em 30 de outubro, com a intermediação do Vaticano e da Unasur, porém a Coalizão da Unidade Democrática (MUD), abandonou as conversações em dezembro, acusando o Governo de descumprir os acordos.

A MUD exigia uma saída eleitoral para a crise, com uma antecipação das eleições presidenciais previstas para 2018 ou com a reativação do processo de referendo revogatório contra o Presidente Nicolás Maduro, suspenso em 20 de outubro pelo poder eleitoral.

O governo de Maduro, por sua vez, descartou que estes temas fizessem parte da agenda de conversações.

Os mediadores propuseram que na próxima semana seja realizada uma nova rodada de negociações, porém a oposição já antecipou que não tomará parte.

Fontes da MUD, próximas ao processo de diálogo, confirmaram por sua vez não terem se reunido com Dom Celli e que mantém a decisão de não participar da próxima rodada de negociações.

Depois da suspensão do diálogo, a MUD retomou sua ofensiva contra o Presidente Nicolás Maduro, responsabilizando-o, no mês de dezembro, pela crise que afeta o país e manifestando esperança de que se inicie uma ação jurídica contra ele.

Porém, o Supremo Tribunal de Justiça – acusado pela oposição de servir ao chavismo governante – anulou esta decisão, ao assinalar que o Legislativo mantém-se em situação de “desacato”.

O novo Presidente do Parlamento, Julio Borges, prometeu que nos próximos dias será declarado o “abandono do cargo” por parte do Presidente, por considerar que descumpriu com suas obrigações ao não garantir a governabilidade do país.

(je/afp)

 

 








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