Roraima: a nota da Diocese e a palavra do bispo. Ouça


Cidade do Vaticano (RV) - A Diocese de Roraima e a Pastoral Carcerária, acolhendo com dor a notícia do massacre ocorrido da Penitenciária Agrícola, emitiram uma nota expressando solidariedade com os familiares dos detentos e com a sociedade roraimense. A nota também denuncia “o descaso do poder público, como há tempo a Pastoral Carcerária vem fazendo, alertando sobre este possível desfecho devido às condições desumanas e intoleráveis em que são obrigados a viver os detentos”. 

Conclamamos a sociedade roraimense a se unir para exigir reformas imediatas do sistema penitenciário, para que seja respeitoso da dignidade humana e favoreça a ressocialização dos detentos”, afirma a nota.

A RV entrevistou o bispo de Roraima, Dom Mario Antonio da Silva, que oferece o apoio da Diocese a todos os vitimados por este novo massacre:  

“Nossa diocese de Roraima, em comunhão com a Pastoral Carcerária, recebeu de maneira muito triste e com muita dor a notícia do massacre acontecido na Penitenciária Agrícola Monte Cristo, de Roraima. Os relatos mostram mais de 30 mortos e isto aconteceu após outro fato lamentável de 10 mortes, em outubro passado, na mesma penitenciária”.

“A Arquidiocese é solidária com todos os familiares, com todos os que estão sofrendo com estas mortes e, como Igreja, nos unimos em oração pelos falecidos, na expectativa, na torcida humana e na colaboração, para que se restaure a harmonia dentro e fora dos presídios e também na sociedade, para que se intensifique não apenas a atenção aos presidiários, mas a luta pela defesa e a dignidade dos direitos humanos e da vida de todos e de cada um. A nossa Diocese, e a Pastoral Carcerária, estão sempre do lado da defesa da vida, não obstante a sua situação. Esperamos que os fatos ocorridos possam abrir os olhos de todos nós: Igreja, sociedade, governantes, entidades ligadas à defesa da vida, da justiça, para que as medidas não sejam apenas de emergência, e o pensamento só de ‘mais vagas para detentos’, mas de mais cuidado com a vida, sobretudo com os jovens e adolescentes que estão aí na emergência e às vezes são cooptados pela violência e pelo tráfico de drogas”.

“Mais uma vez, reiteramos que a nossa Diocese de Roraima, com a Pastoral Carcerária, é solidária e lamenta o ocorrido. Estaremos em comunhão de oração e de solidariedade, para fazer com que se restaure toda a harmonia, a paz e a confiança e fé, para que possamos, com estes elementos na nossa vida cristã poder semear a paz e lutar por uma sociedade onde todos tenham vida, e vida em abundância. Que tal fato possa não só nos sacudir e nos comover, mas abrir os nossos olhos para que de mãos abertas e coração solidário possamos trabalhar em conjunto e união para que tudo se revele à luz da justiça: uma justiça que é a vontade de Deus, para fazer acontecer aquilo que é justo e digno diante de Deus para o bem de toda a sociedade”. 

(CM)

 








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