Primaz anglicano: 2017, chamados a superar as divisões


Londres (RV) - Seguir com coragem para além do Brexit, superar as divisões, favorecer a reconciliação, a redescoberta dos valores e da tradição cristã que é feita de solidariedade e de acolhida. Estes são os votos - e também o encorajamento - contidos na tradicional mensagem de Ano Novo do Primaz da Comunhão Anglicana, Justin Welby, transmitidos pela BBC.

"No ano passado - recordou o Arcebispo de Cantuária - tomamos uma decisão que incidirá profundamente no futuro de nosso país, uma decisão tomada democraticamente pelo povo". O referendum que decretou a saída do Reino Unido da União Europeia foi caracterizado por uma campanha muito inflamada que provou grandes divisões.

"Mas eu sei - disse Welby - que se olharmos para as nossas raízes, para a nossa cultura e para nossa história dentro da tradição cristã, se nos deixarmos tocar por aquilo que há de melhor neste país, encontraremos um percurso para conciliar as diferenças que nos dividiram".

Para o Primaz da Comunhão Anglicana é necessário, sobretudo, se apossar, aceitar e deixar-se transformar pelos dons e mandamentos de Cristo. "Se dermos as boas-vindas a quem passa necessidades, se formos generosos no dar, se assumirmos o nosso futuro com determinação e coragem, então saberemos prosperar. Seremos capazes de viver bem juntos, não obstante as nossas diferenças, oferecendo hospitalidade ao estrangeiro e àqueles no exílio, com a esperança inquebrantável no futuro".

"Estes - recordou - são os dons, os mandamentos, as promessas de Jesus Cristo". E são também "os fundamentos de nossos melhores valores compartilhados, das tradições e da vida na Grã-Bretanha". Valores que possam restituir o país à sua alta vocação. Ou seja, "dom e fonte de confiança para este momento conturbado em que vivemos, não somente para nós próprios, mas como um farol de esperança, como uma cidade colocada sobre a colina".

Para ilustrar seu pronunciamento, Justin Welby cita o exemplo de Sabir Zazai, Diretor do Coventry Refugee and Migrant Center. "Encontrei Sabir Zazai há muitos anos - recorda o Arcebispo de Cantuária - e fiquei feliz por ter tido a oportunidade de visitar o centro para os refugiados que agora dirige. Ele veio como refugiado do Afeganistão em 1999, e sua coragem e a suas capacidades são extraordinárias. Agora é uma figura chave para o futuro desta cidade".

Mas não se trata de casos isolados. De fato - sublinha - "existem pessoas como Sabir em todo o país e são uma bênção para o nosso modo de viver. Eles estão experimentando tudo aquilo que é bom. E isto não somente enriquece as suas vidas, isto enriquece e aprofunda também a nossa vida".

(L'Osservatore Romano/JE)








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