Kirill: nenhuma celebração pelos 100 anos da Revolução Russa


Moscou (RV) – “Não se trata de festejar o centenário da tragédia, mas de comemorar esta data conscientemente, acompanhando-a com reflexões profundas e orações sinceras, de forma que os erros cometidos há um século ensinem aos nossos povos, na atual fase de seu desenvolvimento, a não permitir erros similares".

Foi o que afirmou o Patriarca de Moscou e de todas as Rússias, Kirill, ao presidir nos dias passados a sessão do Conselho Supremo da Igreja Ortodoxa Russa, recordando o centésimo aniversário da Revolução que, que em 1917 levou à queda do Império russo dos czares.

O ano de 2017 "está ligado ao centenário dos trágicos acontecimentos na história da nossa pátria. Neste ano devemos promover particulares orações por nossos povos, pelo país que precedentemente era um só Estado e agora é constituído por nações soberanas, mas unidas entre elas por ligações históricas, espirituais e culturais muito estreitas".

Kirill sublinhou que é necessário consagrar 2017 à "reflexão sobre o que aconteceu para o nosso povo, sobre o significado de todo este desenrolar dos fatos, o sentido deles, e quais as conclusões que podemos tirar da história trágica do século XX".

Neste sentido, o Patriarca de Moscou considerou como "inapropriada" o uso da expressão "celebração", em referência ao centenário da revolução.

Durante o encontro, Kirill sintetizou também as atividades realizadas em 2016, "no contexto dos eventos mundiais tão empenhativos", observando que "a Rússia e outros países sobre os quais a Igreja Ortodoxa Russa tem responsabilidade canônica, encontraram-se neste último ano em uma situação difícil".

Ele citou, antes de tudo, "a perigosa situação na Síria e em todo o Oriente Próximo". Todavia, "a respeito dos sofrimentos e das complicações, verificaram-se algumas mudanças que deram soluções a esta crise e talvez salvado todo o gênero humano de desenvolvimentos políticos muito perigosos".

Ao falar da Igreja Ortodoxa Russa, o Patriarca explicou que "tudo aquilo que dizemos e que fazemos deve sempre ter como objetivo o bem de todos os povos sobre os quais" o patriarcado "tem responsabilidade canônica. E reiterando as dificuldades nas quais se desenvolveu este serviço, disse que "com a graça de Deus, foram evitadas ações que teriam piorado a situação. Muito foi feito em 2016 para manter o caminho correto e conservar a paz na nossa Igreja".

Inevitável, depois, um aceno à dolorosa crise na Ucrânia, com particulares votos de que seja encontrada uma solução para o conflito e retorne a paz: "A Igreja a este respeito tem um único papel e objetivo, o de servir, também com a oração, a reconciliação do povo ucraniano".

O Conselho Supremo depois ouviu os relatórios concernentes à reorganização dos departamento diocesanos, ao estatuto em matéria de trabalho nos Conselhos diocesanos e à atividade dos assistentes nos escritórios locais do serviço federal para a execução das penas.

(L'Osservatore Romano / JE)








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