Junge: 500 anos da Reforma no centro da mensagem de ano novo


Genebra (RV) - As celebrações dos 500 anos da Reforma protestante serão em 2017 ocasião par experimentar em primeira pessoa “a compaixão, a solidariedade e a justiça”. São os auspícios do secretário geral da Federação Luterana Mundial (FLM), Pastor Martin Junge, na mensagem para o novo ano, reportada pelo jornal vaticano L’Osservatore Romano”.

No texto, endereçado às 145 comunidades eclesiais de todos os continentes que aderem à federação, Junge recorda a importância capital de aprofundar a mensagem da “salvação por graça mediante somente a fé” e de testemunhar o precioso dom divino da sua compaixão a um mundo  continuamente às presas com conflitos e alienações.

A redescoberta da centralidade da graça em Lutero

De modo que as mesmas Igrejas possam tornar-se testemunhas do poder transformador de Deus. “Dar-vos-ei um novo coração, colocarei dentro de vós um espírito novo, tirarei de vós o coração de pedra e vos darei um coração de carne”: a promessa expressa pelo profeta Ezequiel se cumpre “não porque fizemos por onde obtê-la ou por méritos”. É o Senhor que nos oferece a promessa “por graça e misericórdia”, ressalta o secretário geral da FLM.

Nesse sentido, “só a graça é a mensagem bíblica que Lutero redescobriu e colocou no centro do Evangelho de Jesus Cristo. Uma mensagem “potente e dinâmica”, que continua alimentando a vida e o testemunho dos indivíduos e das Igrejas do mundo inteiro”, explica.

A universalidade da reforma luterana

Assim, enquanto se aproxima o aniversário da Reforma (a celebração central terá lugar em Windhoek, na Namíbia, de 10 a 16 de maio), Junge convida a apoiar os três princípios-chave deste aniversário.

Em primeiro lugar, a universalidade da reforma luterana, ou seja, a sua difusão não mais limitada a algumas nações do norte da Europa e do norte da América. Nessa perspectiva, todas as comunidades são convidadas a sintonizar-se de modo convicto com a “dimensão global que enriquece e aprofunda o próprio testemunho”.

O segundo ponto é a “responsabilidade ecumênica”. Nesse sentido, o quinto centenário “constitui uma ocasião única para colher os frutos dos muitos importantes processos ecumênico”, sobretudo os que foram registrados nos últimos tempos.

E entre os vários exemplos positivos cita a recente recordação comum da Reforma com os católicos, bem como os numerosos acordos e processos de reconciliação iniciados no seio da própria família protestante.

Jamais considerar o caminho da Reforma como resolvido uma vez por todas

Por fim, como terceiro ponto, é ressaltada a necessidade de jamais considerar o caminho da Reforma como fato consumado, resolvido uma vez por todas. Assim, “ao tempo em que comemoramos o aniversário da Reforma devemos colher a oportunidade de discernir o chamado de Deus em missão no mundo de hoje”, afirma o secretário geral da FLM.

Em seguida, Junge convida a “ter em mente estes três compromissos” e a estar “constantemente concentrados na mensagem da salvação por graça, mediante somente a fé”.

De fato, “estou convencido de que um mundo que deixa de ouvir a mensagem da graça e da compaixão acaba por tornar-se cruel. Os corações que são de carne, e consequentemente profundamente humanos, correm o risco de transformar-se em pedra e, por conseguinte, tornar-se desumanos”.

Desse modo, “através do anúncio, o serviço e a assistência, as Igrejas desempenham no mundo um papel fundamental na salvaguarda de um espaço para a compaixão, a solidariedade e a justiça”, pondera o Pastor Martin Junge. (L'Osservatore Romano - RL)








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